Polícia

Especialista alerta sobre novo golpe que usa FGTS para obter dados de usuários

Mensagem enviada pelo WhatsApp induz a pessoa clicar em um link para que ela saiba se tem direito a receber quase R$ 2 mil do benefício

Ao clicar no link, cliente é direcionado para uma página falsa, onde ele deve informar alguns dados pessoais

O ano nem bem iniciou e com ele já começaram os ataques virtuais. Um deles já obteve mais de 600 mil cliques e utiliza um velho assunto, que por diversas vezes serviu como isca para atrair vítimas em 2017: o saque do FGTS.

O golpe começa com uma mensagem que informa que quem trabalhou entre 1998 a 2016, com carteira assinada, pode receber dois salários mínimos - ou seja, R$ 1.760. A mensagem contém um link, onde supostamente é possível verificar a lista completa de beneficiados.

Ao clicar no link, em vez de obter ou acessar uma lista de beneficiados, a vítima é redirecionada para uma página, na qual deve preencher seus dados como nome, data de nascimento, estado e selecionar outras duas opções.

Ao clicar no botão de download, em vez de obter a lista, a vítima é instruída a compartilhar a mensagem com cinco amigos no Whatsapp. Para gerar uma aparência de veracidade da ação, os golpistas publicam falsos comentários de supostos usuários no Facebook.

Ao concluir os cinco compartilhamentos, a vítima é automaticamente redirecionada para diferentes URLs, chegando a uma página bastante duvidosa, que promete vagas de emprego, ou seja, nada relacionado à questão inicial do FGTS.

Golpes

Segundo o especialista em segurança digital, Eduardo Monteiro, a mensagem que a pessoa recebe pelo celular é falsa e criminosa.

"São links que induzem o usuário a clicar nele e cair na armadilha. Ele vai ser direcionado para uma página clonada e, lá na página, terá a armadilha, onde ele vai estar passando dados pessoais, dados bancários, ou seja, muitos dados que podem ser utilizados em fraudes. Ou então, na própria mensagem do aplicativo que ele receber, se ele estiver clicando nesse link, ele pode instalar um código malicioso, um malware, que pode ser um programa do tipo espião, que vai estar monitorando todos os dados dele e enviando esses dados para o criminoso", explicou Monteiro.

Segundo o especialista, as informações que a pessoa fornece nesse tipo de site podem ser usadas para fazer compras na internet, empréstimos e até cartões de crédito. Já o download pode instalar programas maliciosos no celular do usuário, que roubam seus dados.

Eduardo Monteiro orienta ainda a nunca clicar em links de origem desconhecida e a procurar o banco caso a pessoa tenha alguma duvida. O especialista alerta ainda que alguns vírus não são bloqueados nem se a pessoa tiver antivírus no celular.

"A pessoa deve sempre buscar atualizar o seu sistema operacional, o navegador, o software antivírus. Mas isso, por si só, não é uma garantia que você está seguro. Ninguém está 100% seguro na internet. O importante também é o aspecto comportamental, você ter um senso crítico para avaliar que aquele link, aquela informação que você está recebendo, pode ser o link de uma situação criminosa", alertou.

Por meio de nota, a Caixa esclareceu que não envia mensagens sobre saques de benefícios sociais. Informações de segurança sobre risco de golpes, seja por e-mails, spam, WhatsApp, sites falsos ou telefone são disponibilizadas em seu portal. A Caixa ressalta ainda que os clientes que tiverem alguma dúvida podem entrar em contato pelo telefone 0800 726 0207.

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