Polícia

Soldado da PM é condenado a 12 anos de prisão por atirar em rapaz e deixá-lo paraplégico

O crime aconteceu no dia 30 de março de 2019, na Rodovia do Sol, em Ponta da Fruta, Vila Velha. Julgamento foi realizado na segunda-feira

Foto: Divulgação
O policial militar Alex Lopes Neves foi condenado a 12 anos e oito meses de prisão por tentativa de homicídio

O soldado da Polícia Militar Alex Lopes Neves foi condenado a 12 anos e oito meses de prisão, em regime fechado, por atirar contra o universitário Caio Rodriguez de Oliveira e deixar o rapaz paraplégico. O crime aconteceu no dia 30 de março de 2019, na Rodovia do Sol, em Ponta da Fruta, Vila Velha.

O réu foi submetido ao tribunal do júri, na segunda-feira (25), e foi condenado pelo crime de tentativa de homicídio duplamente qualificado, em razão da motivação fútil e recurso de dificultou a defesa da vítima. O policial militar continua preso. 

Em sua sentença, o juiz substituto Douglas Demoner Figueiredo, da 4ª Vara Criminal de Vila Velha, manteve a prisão preventiva do acusado, a pedido do Ministério Público Estadual (MPES).

O policial foi preso no dia 3 de abril de 2019, quatro dias depois do crime. A prisão aconteceu dentro do 4º Batalhão da Polícia Militar, no Ibes, em Vila Velha. De acordo com informações da Polícia Civil, Alex foi ao batalhão entregar um pedido de afastamento médico, mas acabou sendo preso antes.

Na época do crime, o soldado da PM afirmou, em depoimento, que agiu em legítima defesa. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Alan Andrade, da DHPP de Vila Velha, o militar confessou ter atirado contra o universitário, que na época tinha 24 anos. Ele alegou que o disparo ocorreu após uma discussão entre os dois, motivada por uma fechada que o policial teria levado do estudante. Já a vítima, segundo o delegado, negou ter havido briga.

Ferido e sem o movimento das pernas, Caio perdeu o controle da direção do automóvel e bateu em uma vegetação, após ser atingido pelo disparo. Comerciantes presenciaram o ocorrido e acionaram a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu).

Segundo o levantamento da Polícia Civil, Alex não acionou o Ciodes depois do disparo, conforme o procedimento padrão para esse tipo de caso, e, em vez disso, foi embora. Para o delegado, o soldado da PM afirmou que teve medo de ficar no local e pensou que o tiro não tivesse atingido o motorista. Por isso, saiu sem comunicar a ocorrência.

Ainda segundo a Polícia Civil, os registros indicam que a própria vítima ligou para o Ciodes pedindo socorro. O delegado disse ainda que o policial portava uma arma da PM no dia em que atirou contra o estudante.

Para chegar ao suspeito, a Polícia Civil recolheu imagens de câmeras de videomonitoramento instaladas na Rodovia do Sol. Nas gravações, é possível identificar que a motocicleta utilizada pelo policial é a mesma usada no dia do crime. Os investigadores descobriram a autoria após analisar o número da placa e a descrição das características físicas do suspeito.

Caio recebeu alta hospitalar no dia 13 de abril daquele ano. O tiro efetuado pelo policial atingiu a sexta vértebra da coluna do universitário, que perdeu o movimento das pernas.


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