Polícia

'Nunca acreditamos na impunidade', diz pai de jovem atropelado em posto de combustível

A jovem, que havia sido condenada pelo crime, foi presa na última segunda-feira (15) ao assinar uma intimação, que é feita mensalmente, no Fórum de Vila Velha

O pai do jovem ainda espera a justiça definitiva  Foto: TV Vitória

Oito anos após o atropelamento que culminou na morte do estudante Rodrigo Lopes de Marcelos, o pai da vítima explicou que nunca perdeu as esperanças sobre a prisão dos acusados. O filho de Guilherme Melgaço foi atropelado pela gastrônoma Gabriela Bernadino dos Santos, de 30 anos, que na época ainda era estudante. Em julho de 2014 ela foi condenada pelo crime, mas só foi presa na última segunda-feira (15). 

“É uma sensação muito grande de dever cumprido, não só para mim como pessoa, como cidadão, como pai de família, mas de certa forma é para mostrar para a sociedade que a justiça existe”, disse o pai da vítima.

Gabriela foi presa ao comparecer ao Fórum de Vila Velha, na última segunda-feira (15). Ela recorria do processo em liberdade e todos os meses comparecia ao Fórum para a assinatura de uma intimação. Mas, desta vez, havia um mandado de prisão contra ela.

“Eu fui ao Fórum, pois todo mês eu tinha que assinar, e quando cheguei tinha um mandado expedido e eu não sabia. Eu não recebi a intimação. Foi um choque chegar lá para assinar, sem saber o andamento do processo”, contou a acusada, em entrevista exclusiva à TV Vitória/ Record.

Do fórum, Gabriela foi conduzida para a delegacia Foto: Reprodução

Do Fórum, Gabriela foi conduzida para a delegacia do município e, no começo da manhã desta terça-feira (16), foi transferida para o presídio.

O crime aconteceu no dia 30 de agosto de 2008. Rodrigo, que na época tinha 20 anos, conversava com amigos quando a então estudante de gastronomia, que não era habilitada, entrou no carro do amigo e deu ré. O jovem foi atingido e imprensado contra uma caminhonete que estava estacionada. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu antes de dar entrada no hospital. Logo após o crime, a motorista e o dono do carro fugiram a pé.

O dono do carro, Mauricio Joviniano Brotto Soneguetti, e Gabriela foram autuados pelo então titular da Delegacia de Delitos de Trânsito, Fabiano Contarato, por homicídio. Os dois foram levados a júri popular, que aconteceu em julho de 2014. O júri entendeu que os réus deveriam ser absolvidos do crime de trânsito, mas condenados por homicídio doloso, quando há intenção de matar. 

Gabriela foi condenada a oito anos e seis meses em regime fechado, e Mauricio a seis anos em regime semi aberto, mas receberam o direito de recorrer em liberdade. Mas na última segunda-feira, o juiz Eneas José Ferreira Miranda, da Quarta Vara Criminal, indeferiu o direito de responder em liberdade de Gabriela e decretou a prisão da acusada. 

Mauricio segue em liberdade, ainda recorrendo da decisão judicial. Na expectativa da justiça definitiva o pai lembra que a ausência do filho caçula, que sonhava em ser piloto de avião, é uma ferida que nunca irá cicatrizar. “É uma sensação difícil de descrever, mas é uma coisa que você nunca esquece. Não existe mais nada que seja completo”, contou.

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