Equipe do Samu é ameaçada ao atender chamado em Vila Velha
Eles se deslocaram para o bairro Santa Rita para socorrer um homem com câncer que passava mal. A equipe precisou deixar o local sem prestar atendimento
Uma equipe do Samu foi ameaçada durante atendimento, no bairro Santa Rita, em Vila Velha. Eles chegaram para atender a um chamado de um homem com câncer, que passava mal mas, na porta da casa da vítima, bandidos esperavam pela ambulância, ameaçaram a equipe, que precisou sair do bairro. O caso foi registrado no último domingo (19), mas só foi divulgado nesta quarta-feira (22).
O técnico e o auxiliar de enfermagem que estavam dentro dela disseram que são proibidos de falar, mas no boletim de ocorrência deixaram claro o terror que viveram. Eles contaram aos policiais que foram recebidos por quatro homens armados com pistolas e revolveres. Precisaram voltar de ré. O homem que passava mal tinha 50 anos, mas não pode ser ajudado. Esse não foi um caso isolado.
Um técnico de enfermagem, que trabalhou no Samu por 11 anos, contou que já presenciou muitas coisas durante o tempo que atuou na equipe. “Já houve casos de que ao chegar no local havia meliantes armados, não querendo atendimento na região e pedindo para a equipe sair. Ficamos com bastante medo”, disse Robson Oliveira.
O presidente do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, Osmano Cândido, disse que os profissionais que trabalham no Samu estão com medo. São pelo menos 110 técnicos e auxiliares que trabalham na Grande Vitória. Ele contou que nunca foi tarefa fácil entrar nos bairros da periferia, mas agora, com essa crise que a segurança do estado vive, a situação está bem mais séria.
“Tem bairros que são muito perigosos e traz uma insatisfação com a falta de segurança para o trabalhador”, afirmou o presidente.
Sobre a ameaça à equipe do Samu em Santa Rita, a guarda municipal de vila velha informou que foi acionada e, por tratar-se de um chamado que envolvia homens armados naquela comunidade, acionou o Ciodes.
Por nota, o Exército esclareceu que o Ciodes não enviou nenhuma demanda sobre o ocorrido, por isso não enviaram tropas ao local. Questionada do motivo do Ciodes não ter acionado o exército, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou apenas que está apurando os fatos.
Sobre o pedido de segurança feito pelos socorristas do Samu, a Secretaria de Saúde (Sesa) informou que ao atender vítima de violência é solicitado apoio policial. Isso ocorre desde a implantação do sistema no Estado.
