Morte irmãos carbonizados

Polícia

Pai de Kauã é detido após discutir com juiz na porta do Fórum de Linhares

De acordo com o advogado de Rainy, o empresário protestava contra os réus, do lado de fora do fórum, quando o magistrado deu voz de prisão a seu cliente

Foto: TV Vitória
Rainy Butkovsky teria discutido com o juiz, que entendeu que houve desacato e deu voz de prisão ao pai de Kauã na porta do fórum

O empresário Rainy Butkovsky, pai biológico de Kauã Salles Butkovsky, foi preso na porta do Fórum Desembragador Mendes Wanderley, em Linhares, na tarde desta terça-feira (19). Ele teria discutido com o juiz Carlos Abad, da 1ª Vara da Infância e da Juventude do município, que deu voz de prisão ao empresário.

De acordo com o advogado de Rainy, Siderson Vitorino, o empresário protestava do lado de fora do fórum, onde aconteceu mais uma etapa da audiência de instrução do caso da morte de Kauã e Joaquim, quando o magistrado deu voz de prisão a seu cliente. Segundo o advogado, o magistrado entendeu que houve desacato por parte de Rainy.

"Um juiz que passava na porta do fórum, de calça jeans e camiseta, entendeu por bem dar voz de prisão para o Rainy quando ele estava ali protestando na saída do Georgeval Alves e da Juliana. Ele entendeu que houve desacato, o que não se coaduna com a verdade nem se perfila com o direito, já que meu cliente não identificou ali nenhum tipo de ordem legal a ser cumprida e também não desrespeitou qualquer tipo de mandado de autoridade judiciária", afirmou Vitorino.

Policiais militares que estavam no local atenderam à ordem de prisão dada pelo juiz e detiveram o pai de Kauã. Ele foi encaminharam para a Delegacia Regional de Linhares.

O advogado afirmou que representaria contra o juiz que ordenou a prisão de Rainy, por entender que houve abuso de autoridade por parte do magistrado. A reportagem ainda não conseguiu entrar em contato com o juiz.

Sobre a Audiência

A prisão do pai de Kauã aconteceu logo após o fim da audiência desta terça-feira, no momento em que os dois réus do processo, Georgeval Alves, pai de Joaquim e padrasto de Kauã, e Juliana Salles, mãe dos dois meninos, saíam do fórum. Os dois foram interrogados pela primeira vez - desde o início das audiências eles apenas acompanhavam os depoimentos das testemunhas.

Rainy e outros familiares estavam na porta do tribunal desde o início da manhã, em protesto contra os réus, que chegaram ao local no início da manhã. Georgeval, acusado de estuprar, espancar e atear fogo nos meninos ainda vivos, chegou ao fórum em uma viatura da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus). Já Juliana, que responde em liberdade pelo crime de omissão, chegou ao local na presença dos advogados.