Morre cadeirante condenado por queimar diarista na Serra
André Luiz dos Santos ateou fogo na ex-esposa, Marciane Pereira dos Santos, em setembro de 2018 e estava preso desde então. Ele cumpria pena de 32 anos
Morreu, no último domingo (26), André Luiz dos Santos, condenado por atacar e queimar 40% do corpo da diarista Marciane Pereira dos Santos, no bairro Jardim Tropical, na Serra. Na época, ela era ex-mulher dele.
O crime aconteceu em setembro de 2018. Santos foi julgado e, no dia 30 de agosto de 2022, foi considerado culpado e recebeu pena de 32 anos de prisão. Ele, que era cadeirante, cumpria a sentença na Penitenciária Estadual de Vila Velha.
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A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que André ficou doente e foi internado em uma unidade hospitalar, onde morreu.
"O interno estava sendo acompanhado pela equipe de saúde da unidade prisional, quando apresentou piora do quadro clínico, sendo necessária a internação em unidade hospitalar. Ele estava internado sob cuidados médicos desde o dia 7 de março e nesse domingo (26) foi a óbito. A Sejus esclarece que o interno cumpria pena na Penitenciária Estadual de Vila Velha, com entrada no sistema prisional em 12/09/2018", diz a nota.
No entanto, a Sejus não informou qual era a doença que ele tratava.
"Eu já sabia que meu pai ia morrer", disse filho do agressor
Num perfil nas redes sociais, a diarista de 40 anos comentou sobre a morte de André Luiz dos Santos. Disse que não tinha informações sobre o sepultamento, que teria ocorrido nesta segunda (27).
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"Então, aqui iremos se despedir de um agressor de uma pessoa que no ano de 2018, dia 8 de setembro, cometeu uma tentativa de feminicídio com a Marciane Pereira. Sim, poderia ter morrido mas para glória e honra de Deus, eu estou viva", escreveu.
Ela ficou cinco meses internada ao ter quase metade do corpo queimado pelo ex-marido e precisou passar por 18 cirurgias reparadores e amputar a perna esquerda.
No post, ela conta que surpreendeu ao dar a notícia para o filho sobre a morte do pai. Disse que o garoto já sabia. "Ele disse: 'Mamãe, eu já sabia que meu pai ia morrer. Perguntei: 'Como você sabia?' E ele só disse que sabia. Então, agora vai começar uma nova etapa na minha vida", registrou.
Na época do julgamento, ela fez questão de acompanhar todo o processo. E surpreendeu ao querer ficar frente a frente com o ex-marido e agressor. Durante o julgamento, Marciane questionou o ex-companheiro.
"Você tinha noção que eu ficaria desse jeito? Como você teve a capacidade de fazer isso comigo e não pensar no seu filho?", disse, diante do júri.
Atualmente, ela faz palestras estimulando mulheres a lutarem por seus direitos e denunciarem casos de violência doméstica. Ela ganhou uma bolsa integral em uma faculdade particular da Serra e faz curso de Serviço Social.
O crime
O crime aconteceu na casa em que a diarista morava, no bairro Jardim Tropical, na Serra, no dia 8 de setembro de 2018. Ela morava com os dois filhos, na época, com 5 e 2 anos.
Segundo testemunhas, ela voltava para casa quando foi surpreendida e encurralada pelo ex-marido, que cometeu o crime, jogando álcool em seu corpo e ateando fogo.
Ele se entregou à polícia no dia 12 de setembro. No dia 24 de setembro, o inquérito do crime foi finalizado e a Polícia Civil concluiu que Santos havia cometido o crime por ciúmes.
