Polícia

Delegacia que investiga milícias participará de apuração de desabamento no Rio

Os investigadores, no entanto, estariam tendo dificuldade de colher depoimentos dos moradores que temem represálias de milicianos

Redação Folha Vitória
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que é responsável pela investigação da atuação das milícias no Rio, vai participar da apuração do desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, na zona oeste, na última sexta-feira, que deixou, até agora, onze mortos. Outras 13 pessoas seguem desaparecidas.

O inquérito foi instaurado na 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca) para apurar o desabamento. Os investigadores, no entanto, estariam tendo dificuldade de colher depoimentos dos moradores que temem represálias de milicianos - responsáveis pela exploração imobiliária na comunidade.

Em entrevistas concedidas sem identificação, os moradores contam que os prédios foram construídos e são negociados por milicianos. De acordo com informações da Polícia Civil, equipes estão no local realizando diligências com o objetivo de identificar e ouvir vítimas e líderes comunitários.

"Também foram encaminhados ofícios à Prefeitura e demais órgãos de fiscalização, solicitando a identificação dos responsáveis pelas obras. A 16ª DP apura se houve, por parte dos construtores, inobservância do dever de cuidado e descumprimento de normas afetas à construção", informou a polícia.

Especialistas da Draco vão ajudar a determinar o envolvimento da milícia na exploração imobiliária da região e das comunidades do entorno, como Rio das Pedras. A delegada da 16ªDP, Adriana Belém, e o delegado da Draco Gabriel Ferrando de Almeida se reuniram na manhã desta segunda para discutir o caso e a atuação da força-tarefa.

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