Feriado violento na Grande Vitória tem nove assassinatos
Entre os casos está o do sargento do Exército, Gustavo Martins da Costa, de 26 anos, atingido por sete disparos
O feriado prolongado de Tiradentes foi marcado por um cenário de intensa violência no Espírito Santo.
Entre os casos estão o de um jovem que passava de bicicleta por uma rua do bairro São Conrado, em Vila Velha, que acabou brutalmente assassinado neste sábado (22), e o caso de um homem que foi morto a tiros na manhã deste domingo (23), no bairro Bela Vista, em Vitória. A motivação dos crimes é investigada pela Polícia Civil.
Confira um resumo das ocorrências
Ainda na madrugada de sexta-feira (21), foi assassinado o sargento do Exército Gustavo Martins da Costa, de 26 anos, atingido por sete tiros no bairro Boa Vista II, em Vila Velha. Além dele, um jovem de 23 anos, Renan Mendes, também foi baleado e acabou morrendo. Um dos suspeitos já está preso.
Também na sexta, um homem morreu e outro acabou baleado após um tiroteio na madrugada, próximo a um bar, no Centro de Vitória. O crime aconteceu na região do Parque Moscoso e assustou moradores da região. Uma familiar do jovem assassinado esteve no local do crime e confirmou aos militares que ele já esteve preso por tráfico de drogas e deixou o sistema prisional há um mês.
No mesmo dia, um casal foi assassinado no início da manhã, no bairro Santo Antônio, em Vitória. O crime aconteceu próximo a uma escola da região e, até o momento, a motivação é desconhecida. Os dois estavam em uma moto passando pela Rodovia Serafim Derenzi quando foram perseguidos e alvejados. Testemunhas contaram que o homem, de 29 anos, e a esposa, de 22, tinham acabado de sair de uma casa de shows.
Na mesma sexta-feira, um homem de 25 anos morreu e outro, de 39 anos, ficou ferido após um tiroteio na noite de sexta-feira (21), no bairro Barramares, em Vila Velha. Há dias, moradores têm presenciado ataques criminosos na região.
No sábado (22), o cenário sangrento teve continuação. Um dos casos foi o do jovem que passava de bicicleta em São Conrado, em Vila Velha. Veja:
Já neste domingo (23), por volta das 7h40, um homem identificado como Ítalo Samora, de 30 anos, foi alvejado em via pública no bairro Bela Vista, em Vitória.
Um adolescente de 17 anos, ainda não identificado, também foi morto neste domingo. Ele foi assassinado a tiros em uma rua do bairro Ataíde, em Vila Velha. Testemunhas contaram à polícia que o autor dos disparos usava um capacete quando abordou a vítima. Logo após atirar contra o adolescente, o suspeito fugiu correndo em direção a um bairro da região.
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Guerra do tráfico na Grande Terra Vermelha
Um feriado ainda mais sangrento que em outras regiões foi o do cenário presenciado nos bairros que compreendem a Grande Terra Vermelha, entre eles Ulisses Guimarães, Barramares e Riviera da Barra, em Vila Velha. Para evitar novas ocorrências, a Polícia Militar implementou ações para inibir a criminalidade no local.
Em entrevista coletiva neste domingo (23), o comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus, afirmou que os conflitos locais têm "relação comercial".
"Quando é tomado um território, ganha-se área de comércio. Enfraquecendo um local, outra facção vem para tomar o território. Os rivais são o Primeiro Comando de Vitória, cujo líder é o Marujo, que se liga ao Comando Vermelho; e a Família Capixaba, que faz comércio com o Terceiro Comando Puro (RJ) e com o Primeiro Comando da Capital (SP). No feriadão foram alguns assassinatos", disse o comandante.
A PM, de acordo com Caus, só neste ano, já apreendeu 19 armas na região, sendo um fuzil, além de já ter cumprido 23 mandados de prisão de ligados ao tráfico.
"Estamos trabalhando exatamente agora com a cavalaria, com o BME (Batalhão de Missões Especiais), com a Força Tática e com as viaturas de rotina. Então, estamos com grande número de agentes na área em conflito", disse.
A grande questão para os ataques na localidade, de acordo com o comandante, é a prisão de lideranças do PCV. "Prendemos grandes líderes recentemente, entre eles o Cleuton Gomes Pereira, vulgo Frajola; Claudio Ícaro Silva Teodoro; Paulo César de Almeida Silva e Jocimar Eleotério Coutinho", afirmou.
Os últimos dias, segundo ele, tiveram casos de violência mais latentes por conta da prisão das lideranças do PCV na região. "Quando prende quatro grandes, dentre elas o Frajola, enfraquece o grupo. Então o outro, em disputa territorial, principalmente por bocas, começam a tomar as regiões. E aí passa a haver ataques que, invariavelmente, levam a óbitos", explicou.
