Polícia

Avôs são presos por abusar sexualmente de netos em Vargem Alta

Eles foram detidos durante a operação ‘Vigilância’, deflagrada pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público e o Conselho Tutelar do município

A Delegacia de Vargem Alta investiga os casos de abuso sexual no município Foto: ​Notícia Capixaba

Dois homens, um de 52 e outro de 58 anos, foram presos na tarde desta sexta-feira (13), em Vargem Alta, suspeitos de terem abusado sexualmente dos netos. A operação, denominada ‘Vigilância’ foi realizada pela Polícia Civil em conjunto com o Conselho Tutelar e Ministério Público do município.

O homem de 52 anos foi preso na localidade de Castelinho. Ele é suspeito de abusar das netas de nove e 10 anos, e de um neto de três anos no fim de 2015 e início deste ano. Ele já foi condenado uma vez por ter abusado de duas filhas em 2005. O outro, de 58 anos, foi preso em Richimond, e é suspeito de abusar da neta de sete anos. As prisões são temporárias de 30 dias.

Ainda, segundo o delegado, Vladson Bezerra, há outros mandados para serem cumpridos. “A operação vai acontecer até terminarmos um pouco dos inquéritos da delegacia, que estão bem atrasados. Os dados do Conselho Tutelar revelou números assustadores e acreditamos que isso se dê pelo fato de estarem impunes. Então, queremos, com essas prisões, acabar com essa prática hedionda”, completa Vladson.

Os dois foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro de Itapemirim.

A ação visa combater o estupro de vulnerável, que acontece dentro de casa, praticado por pessoas intimas. "Todas essas pessoas investigadas estão em inquérito atrasados da delegacia. Combinamos de cumprir as temporárias para ter tempo de concluir os inquéritos das prisões, para ser convertida em preventiva”, comentou o delegado. 

Casos

Segundo a conselheira tutelar Alessandra Fassarella, somente neste ano, foram vítimas de abuso. “Os crimes acontecem em todo o território. Nossa cidade tem 21 mil habitantes e o índice desses alto está altíssimo. Acredito que os casos estejam ligados a falta de informação, famílias desestruturadas, padrastos e alcoolismo, que é muito grande em nossa cidade”, comenta.

Alessandra ressaltou que muitas vítimas não denunciam. “As mulheres têm muitos filhos e, geralmente, dependem do dinheiro do companheiro, então acabam aceitando a situação. Ou, às vezes, não denunciam por medo das ameaças. Fazemos palestras nas escolas e fazemos o acompanhamento das famílias. Não é um trabalho fácil, pois é um crime difícil de coibir”, continua a conselheira.

As crianças são as que mais sofrem. “Já tivemos criança acompanhada que aos seis anos parou de falar por causa da violência sofrida em casa. Sempre pedimos as professoras para acompanhar o comportamento das crianças em sala de aula Muitas ficam reservadas em seu canto, falam pouco e não participam de atividades. Somos acionados e fazemos o acompanhamento junto às famílias”, completa.

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