Polícia

Ator é condenado a 95 anos de prisão por estuprar crianças

Cyro tinha nos arquivos eletrônicos 987 vídeos e 29.608 fotos com cenas de sexo explícito com crianças e adolescentes


O ator Cyro Ramos Nogueira Filho, de 54 anos, foi condenado, na última quarta-feira (23), a 95 anos e dois meses de prisão por estupro, produzir, armazenar e compartilhar imagens de pornografia infantil.

Ele foi um dos alvos da Operação Glasnost, realizada em julho de 2017 pela Polícia Federal e, desde então, estava preso em flagrante. Na casa dele, no Guarujá, litoral sul de São Paulo, os policiais encontraram mais de 30 mil arquivos ilegais e aprenderam computadores, celulares e fotos de exploração sexual de menores.

Mais tarde, a perícia concluiu que Cyro tinha nos arquivos eletrônicos 987 vídeos e 29.608 fotos com cenas de sexo explícito com crianças e adolescentes. A investigação também comprovou que ele gravou e compartilhou as imagens em um site russo.

Interrogado, o ator negou os fatos. Segundo ele, o material encontrado pertenceria a um inquilino. Cyro alegou que não havia contrato de hospedagem pois ambos seriam amigos. No entanto, ele não soube precisar o nome da pessoa nem dizer onde ela poderia ser encontrada.

A denúncia apresentada pelo MPF (Ministério Público Federal) à justiça ainda mostra que o ator cometeu vários abusos sexuais com um menino de 3 anos, que ficava sob os cuidados dele na ausência dos pais.

O condenado gravou cenas cruéis dos atos com a criança. Um vídeo cuja produção remete ao ator, com legendas em inglês, é chamado My Little Princess in Training - A New Life of a Sissy Toddler Boy (Minha pequena princesa em treinamento - A nova vida de um menino mariquinha). No registro, a criança aparece sendo estuprada e, chorando, suplica para que o agressor pare com a agressão.

Também foi traçado um perfil sadomasoquista de Cyro, que mantinha imagens do gênero em casa. Em meio ao material apreendido, está um vídeo em que um homem amarra uma criança para defecar e urinar em cima dela.

O juiz federal Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos, ainda sentenciou o réu ao pagamento de 80 dias de multa.

O R7 tentou localizar a defesa do ator, mas não teve sucesso até a publicação desta reportagem.

Operação federal

Cyro foi detido na segunda fase da operação Glasnot, deflagrada em 2017 pela Polícia Federal para combater a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet.

Foram 72 mandados de busca e apreensão em 51 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe.

A investigação teve como base o monitoramento de um site russo, utilizado como uma espécie de ponto de encontro de pedófilos do mundo todo, e resultou na identificação de centenas de usuários, brasileiros e estrangeiros, que compartilhavam pornografia infantil na internet. Também foram pegos diversos abusadores sexuais e produtores de pornografia infantil, além de identificadas diversas crianças vítimas de abuso.

Os investigados produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês com poucos meses de vida, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e as enviavam para contatos no Brasil e no exterior.

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