Polícia

Caso Cheslley: 'Houve violações dos direitos humanos', diz comissão da OAB

Cheslley Oliveira Trabach, de 20 anos, foi morto na semana passada depois de um suposto confronto com a Polícia Militar. Para Jossandra Rupt, há violações na ação da PM

Foto: Reprodução/ WhatsApp TV Vitória

Uma semana após a morte do jovem Cheslley Oliveira Trabach, de 20 anos, o envolvimento do rapaz com o crime e o suposto envolvimento dele em um confronto armado com policiais militares continua uma incógnita.

Enquanto a Polícia Militar mantém a versão de que o jovem estaria armado e que atirou contra policiais, familiares rechaçam a história e reafirmam que Cheslley trabalhava e sequer estava armado quando foi baleado.

O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar, mas, enquanto o processo está sendo apurado, eles preferiram não se manifestar sobre o assunto.

A comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Sabto (OAB/ES) também passou a analisar o caso após receber uma série de denúncias sobre a conduta dos policiais. Membro da comissão da OAB, Jossandra Rupf, falou sobre o caso. 

"A partir de agora, nós estamos oficiando o Estado, a Secretaria de segurança, analisando o inquérito e colocando a OAB à disposição dessa família, para saber de fato o que aconteceu naquele dia. Recebemos denúncias e vídeos sobre a ação da PM e observamos que, de fato, houve violações dos direitos humanos", conta a advogada.

Ex-patrão diz que jovem não tinha envolvimento em crimes

O ex-patrão de Chesley, Diego Schreiber, disse que em um ano de emprego, nunca suspeitou de nenhuma atitude do jovem. "Ele nunca fez nada que abonasse essa confiança. Por isso, quando eu recebi a mensagem que o Cheslley tinha tomado um tiro e que tinha sido levado morto para o PA, eu fiquei muito assustado, porque eu não estava entendo o que podia ter acontecido", relatou.

Familiares relataram ainda que o médico que atendeu Chelley no Pronto Atendimento de Alto Lage afirmou que o jovem já chegou sem vida ao local. 

Outro lado

A Polícia Civil informa que o caso segue sob investigação pelo Serviço de Investigações Especiais (SIE) da Polícia Civil, e outras informações não serão repassadas, no momento, para não atrapalhar o trabalho policial. Até o momento o outro suspeito não foi localizado.

O caso está em investigação pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar. As instituições só irão se manifestar ao final das investigações policiais, que são técnicas e necessitam de tempo para realização. Qualquer análise anterior ao final do inquérito, pode atrapalhar esse processo de apuração. Caso alguma irregularidade seja constatada no término dessa investigação, os envolvidos serão responsabilizados. Enquanto isso, as informações oficiais são as que já foram enviadas anteriormente, por meio de nota, inclusive com divulgação de resultados de laudos técnicos e posicionamento da PM em relação à atuação dos militares.


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