Polícia

Dezesseis anos depois do crime, suspeito de mandar matar Marcelo Denadai é preso

Sebastião de Souza Pagotto foi condenado, em 2012, a 17 anos de prisão pelo assassinato, ocorrido no dia 15 de abril de 2002, na Praia da Costa

Rodrigo Araújo

Redação Folha Vitória
Sebastião Pagotto havia sido condenado a 17 anos de prisão, em 2012 | Foto: TV Vitória

Quase seis anos após ser condenado a 17 anos de prisão pelo assassinato do advogado Joaquim Marcelo Denadai, o empresário e ex-policial militar Sebastião de Souza Pagotto foi preso na última segunda-feira (11). De acordo com o Ministério Público Estadual (MPES), Pagotto é apontado como o mandante do crime, ocorrido no dia 15 de abril de 2002, na Praia da Costa, em Vila Velha.

Contra o empresário havia um mandado de prisão expedido pelo juiz Eneas José Ferreira Miranda. De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Sebastião de Souza Pagotto está preso na Penitenciária de Segurança Média I, em Viana.

Sebastião Pagotto foi condenado, no dia 10 de outubro de 2012, a uma pena de 17 anos e 10 meses de reclusão, em regime fechado. No entanto, a defesa do acusado entrou com um recurso de apelação e conseguiu, em maio de 2015, reduzir a pena em quatro meses, para 17 anos e 6 meses.

A irmã de Marcelo Denadai, a advogada e ex-deputada estadual Aparecida Denadai, se disse aliviada com a prisão do acusado e espera que, dessa vez, ele permaneça na cadeia. Ele já havia sido preso outras vezes, mas sempre acabava solto pela Justiça.

"A Justiça tardou, mas chegou. Ele mandou matar uma pessoa e está com uma condenação. Então ele precisa cumprir essa pena e sem regalias, como qualquer outro homicida. É o mínimo que a família espera depois de 16 anos. Não queremos vingança. Queremos justiça", ressaltou.

O crime

Joaquim Marcelo Denadai foi morto a tiros quando retornava de uma caminhada. Segundo as investigações, os executores pretendiam sequestrá-lo, mas o advogado percebeu o perigo e correu, sendo atingido por três tiros nas costas.

A vítima havia programado encaminhar à Justiça, no dia 16 de abril de 2002, uma queixa crime em que citava o envolvimento de 12 empresas, algumas administradas por laranjas, em fraudes em licitações, concorrências e serviços públicos nas 78 prefeituras existentes no Espírito Santo, na época, e outras no Rio de Janeiro.

Denadai foi morto porque, com base em documentos do Tribunal de Contas do Estado e outros, anexados a um processo judicial, descobriu que Pagotto era um dos mais importantes elementos do crime organizado no Estado, falsificando documentos e fraudando concorrências e contratos em prefeituras e órgãos estaduais. Outras pessoas também são acusadas de participar do crime.

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