Polícia

'Ninguém é obrigado a prestar socorro quando sua própria vida está em risco', diz advogada de George Alves

Ele é suspeito de estuprar, agredir e atear fogo no filho e no enteado ainda vivos

A advogada disse que acredita na inocência dele / Foto: Reprodução TV Vitóriqa

Uma das advogadas de Georgeval Alves, pai de Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e padrasto de Kauan Sales Butkovsky, de 6 anos, conversou com a equipe da TV Vitória nesta quinta-feira (7). Ele é suspeito de estuprar, agredir e atear fogo nas crianças ainda vivas dentro da casa em que moravam em Linhares. George, como é conhecido, está preso preventivamente desde o dia 28 de abril.

A advogada Milena Freitas, que compõe o grupo de advogados que defendem o suspeito, disse que não analisou todo o processo. "Até onde eu vi, acredito na inocência do Georgeval", afirmou.

Para os advogados, George disse que não matou as crianças. "Ele se colocou como responsável por uma conexão mal feita do ar condicionado. Ele fala que em momento nenhum ele intencionou que o incêndio ocorreu e em momento nenhum ele matou e estuprou os filhos, mas que realmente ele tinha feito uma conexão que poderia ter sido melhor executada e ele não tomou os devidos cuidados", informou a advogada.

Milena ainda comentou sobre as acusações de omissão de socorro. “Ele disse que os pés dele foram enfaixados pelos bombeiros, mas ele não sabe dizer onde ele queimou, não sabe se foi quando ele ficou andando pela rua, não sabe se foi dentro do carro. Ele machucou as pontas dos dedos, mas não sabe aonde. Eu como advogada entendo que ninguém é obrigado a prestar socorro quando a sua própria vida está em risco. Nem mesmo os bombeiros que são capazes, tem todo o equipamento, não são obrigados a entrar dentro de um foco de incêndio. Ele falou assim: ‘Se vocês falarem para mim que eu sou culpado, porque eu não entrei dentro do quarto, eu não consegui socorrer meus filhos, isso é verdade. Eu não consegui entrar dentro do quarto’”, destacou.

George Alves está preso desde o dia 28 de abril

A advogada disse que foi um choque receber as informações da conclusão do inquérito, com as informações de que o suspeito teria molestado, agredido e ateado fogo nas crianças ainda vivas. “A sensação que eu tenho é que a ficha dele ainda não caiu. Ele está em choque. Segundo os meus colegas, ele já emagreceu, está indignado com toda a situação, pois ele diz categoricamente que não estuprou os filhos, não matou os filhos e que amava os filhos. Ele está numa cela separada com alguns outros presos, mas que está se sentindo seguro. Ele não relatou agressões e ameaças lá dentro”.

Ela disse que os advogados só tiveram acesso ao inquérito policial sobre o caso nesta semana. Só depois de analisar o documento devem definir quais serão os próximos passos. Afirmou ainda que o primeiro pedido de habeas corpus ainda não foi analisado pela Justiça.

A advogada ainda fez um apelo para que o silêncio da mãe das crianças seja respeitado. “É uma menina que perdeu dois filhos numa situação trágica, está com o esposo acusado pela morte dos próprios filhos, está sendo julgada por todos os lados por dizer que acredita no homem que ela conheceu, com quem ela viveu durante cinco anos, ela diz que ele era um excelente pai, que ele era um excelente marido e ela falou que essa pessoa que eles alegaram existir ela não conhece”, comentou. 

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