Polícia

Polícia conclui que argentina abandonou filho na BR 101 para protegê-lo dos familiares

A mãe da criança contou que veio da Argentina em 2014 para morar com o pai em uma espécie de sociedade alternativa

Após 20 dias de investigação, a polícia concluiu que a mãe que abandonou o filho de quase dois anos em um ponto de ônibus na BR 101 fez isso para proteger a criança. De acordo com o delegado Lorenzo Pazolini, a atitude dela foi de desespero.

“Esse caso teve uma grande reviravolta, porque ficou comprovado que a fuga dessa mãe era desesperada visando proteger o filho e também para se proteger. Ela já foi vítima de abusos sexuais e o seu filho estava passando pela mesma violação de direitos. Uma criança estava sofrendo abusos sexuais por parte de familiares”, explicou o delegado.

Em depoimento, a mãe da criança contou que veio da Argentina para o Brasil em 2014 para morar com o pai em uma espécie de sociedade alternativa, onde o incesto era incentivado. De acordo com a polícia, a filha era obrigada a praticar sexo com pai e irmão. Os atos estariam também sendo feitos com o filho dela. Foi aí que ela decidiu fugir da Bahia.

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“Ela pediu ajuda da mãe, fora do Brasil, que mandou a passagem aérea. Ela nessa fuga desesperada tentou chegar a um local seguro e tentou entregar o filho para alguém que tivesse condições de ficar até ela se restabelecer”, informou Pazolini.

O pai e irmão da mãe do menino foram detidos durante depoimento à CPI dos Maus Tratos. A madrasta da mulher está foragida. De acordo com o delegado, ela era conivente com os atos praticados pelo marido. “Tudo indica que ela tinha conhecimento dos fatos, as provas indicam isso, e que ela não tomou nenhuma providência. Ou seja, ela foi omissa no dever de proteção”, afirmou o delegado.

O caso agora segue investigado pela polícia baiana. “Nós estamos encaminhando a finalização para a Polícia Civil do Estado da Bahia, que tem atuado e vai concluir esse inquérito com as evidências”, disse Pazolini.

Segundo a polícia, mãe, filho e avó deixaram o Brasil na última sexta-feira (1) com destino a Argentina. A saída da família foi autorizada pela Justiça capixaba. Já o avô e tio das crianças permanecem presos.

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