Polícia

Cinco motoristas por aplicativo são assaltados todos os dias na Grande Vitória

Levantamento é realizado pela Associação dos Motoristas de Aplicativo do Espírito Santo. Empresas buscam alternativas para dar mais segurança

Foto: Reprodução

Os motoristas de transporte por aplicativo estão vivenciando uma realidade preocupante. De acordo com a Associação dos Motoristas de Aplicativo do Espírito Santo, uma média de cinco motoristas são assaltados por dia na Grande Vitória. Os profissionais e as empresas buscam alternativas para trabalhar com mais segurança.

Foto: TV Vitória

O motorista Samuel Antonio Gomes trabalha na função há um ano e meio. Na noite da última terça-feira (08), ele sofreu uma tentativa de assalto em Cariacica. O crime só não aconteceu porque ele desconfiou e foi embora antes que o falso passageiro conseguisse entrar no veículo.

"Quando eu cheguei e vi o passageiro sem camisa, de longe, pedindo para puxar o carro, já vi que era um beco e entrei de ré. Quando eu vi que tinha algumas pessoas se aproximando do carro, já acelerei e saí fora", disse.

Já o motorista Paulo Henrique Moreira não teve a mesma sorte. Há cerca de dois anos, ele foi assaltado pela pessoa que levou de Vitória para a Serra. "Quando chegou em André Carloni, fui finalizar a corrida, e ele apontou a arma para mim e disse que era um assalto. Naquilo foi um desespero total. Desci do carro, saí correndo e pedi apoio", contou.

O trauma foi tanto que Paulo Henrique decidiu trocar de empresa em busca de mais sensação de segurança. Onde trabalha atualmente, existe um sistema de monitoramento dos veículos 24 horas por dia e um mecanismo de acionamento da polícia.

De acordo com o gerente da empresa, Gilberto Vieira, a alternativa é buscar estratégias para tentar coibir a ação dos criminosos. 

Foto: TV Vitória

"Os nossos programadores atuam com um mapa e conseguem localizar todos nossos motoristas, onde estão, quem está embarcado, onde foi a origem e para onde será o destino", explicou.

Outra estratégia adotada foi eliminar o pagamento em dinheiro. As corridas são cobradas apenas no cartão de crédito. Os clientes, para se cadastrarem no aplicativo de transporte, precisam fornecer, obrigatoriamente, o número do cartão.

"Se eu cadastro apenas o passageiro sem ter o cartão que vai validar aquela pessoa, qualquer um pode pedir o serviço pagando em dinheiro e isso abre muito o leque para a insegurança para os nossos motoristas", contou o gerente.

Quando o simples fato de sair para trabalhar já é arriscado, os profissionais tentam de alguma forma se precaver para, ao menos, reduzir o risco de ficar frente a frente com o perigo.

"Alguns bairros são mais perigosos e a gente tenta trabalhar mais durante o dia e acaba pegando experiência, aprende como entrar ou sair de algum local", contou Samuel.

Uma das outras empresas que prestam serviço no Espírito Santo disse, em nota, que faz um mapeamento de áreas de risco e usa um recurso interligado à polícia. A outra informou que utiliza um aplicativo que permite cancelamento de viagens em caso de suspeita de perigo e quando acontece parada fora da rota, uma mensagem é enviada para saber se o mortorista precisa se ajuda.

A Polícia Militar disse que realiza policiamento ostensivo, blitz e abordagens diariamente, mas muitas vezes os policiais sentem dificuldade em identificar que se trata de um motorista de aplicativo, pois a maioria dos carros não é identificada. A PM orienta os profissionais a fazer denúncias pelo número 181 ou pelo site www.disquedenuncia181.es.gov.br.

Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV

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