Polícia

Crime brutal no ES: irmão de pedreiro que matou mulher e filhos encontrou os corpos

Ele e a irmã da vítima são casados e moram ao lado da casa onde ocorreu o caso, em São Domingos do Norte. Segundo eles, casal não tinha histórico de brigas

Foto: Reprodução Instagram

A população de São Domingos do Norte, município localizado na região Noroeste do Espírito Santo e com aproximadamente 8 mil habitantes, ainda tenta entender o que motivou o pedreiro Flávio Sandro Olmo, de 42 anos, a matar a esposa e os três filhos e, em seguida, tirar a própria vida. 

O crime aconteceu na madrugada desta terça-feira (15). Uma marreta e uma faca foram encontrados na casa. Os corpos foram encontrados pelo irmão de Flávio, que é casado com a irmã de Eusivânia Marcelino de Souza, de 40 anos, esposa do autor do crime.

Eles conversaram com a equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV, que esteve em São Domingos do Norte na tarde desta terça. No entanto, ainda muito abalados, os dois preferiram não terem os nomes divulgados.

O casal mora em uma residência que fica ao lado da casa onde aconteceu o crime. À reportagem, a irmã de Eusivânia conta que estranhou o fato dos sobrinhos Ítalo de Souza Olmo, de 8 anos, e de Anelise de Souza Olmo, de 4, não terem ido à casa dela pela manhã, como de costume.

O marido dela, irmão de Flávio, decidiu então ir até a casa da família para saber o que estava acontecendo. Ele chamou, mas ninguém atendeu. Resolveu então entrar na casa e se deparou com uma cena de terror.

Os corpos do irmão e da cunhada estavam no quarto do casal. O das duas crianças, em um beliche, no quarto onde elas costumavam dormir. Já o corpo da filha mais velha do casal, Laysla de Souza Olmo, de 18 anos, estava no quarto dela.

Após se deparar com a cena, o homem subiu desesperado e chamou a esposa, pedindo para ela ir até o local e ver se o que ele tinha visto era real. 

A Polícia Militar foi acionada e os corpos das cinco pessoas foram encaminhados para o Serviço Médico Legal (SML) de Colatina.

Foto: Reprodução Instagram

À reportagem, a irmã da vítima contou ainda que, no dia anterior ao crime, Flávio havia chegado do trabalho e feito sua caminhada diária. Em seguida, voltou para casa para cuidar dos filhos, já que a esposa ainda estava trabalhando — ela era cozinheira de um restaurante da cidade.

De acordo com a irmã de Eusivânia, o casal não tinha qualquer histórico de violência e de brigas frequentes. A família, no entanto, confirmou que Flávio tinha um histórico de depressão e que ele e a esposa estavam em um processo de separação.

Foto: Waslley Leite / TV Vitória

Luto e comoção na cidade

O crime chocou a cidade. Em um vídeo, a prefeita Ana Izabel Malacarne Oliveira (DEM) afirmou que o município está de luto e que a prefeitura vai disponibilizar psicólogos e assistentes sociais para atender aos familiares do casal. Ela destacou ainda que a família era muito querida na cidade.

O discurso é confirmado por outros moradores do município. Dono do restaurante onde Eusivânia trabalhava, o comerciante Ailton da Conceição afirmou que nunca imaginou que algo do tipo pudesse acontecer. Ele conta que fechou o restaurante assim que soube do ocorrido.

"A família era gente boa. Ele também era um cara super tranquilo. Quando eu fiquei sabendo, já fechei as portas na hora, porque não tinha condição de ninguém trabalhar. Foi um choque muito grande. Todo mundo gosta muito deles. É triste! Como você vai imaginar que a pessoa vai fazer uma coisa dessa?", lamentou.
Foto: Waslley Leite / TV Vitória
Fachada do restaurante onde Eusivânia Marcelino de Souza trabalhava

Dono de um supermercado em São Domingos do Norte, o também comerciante Paulo César Paseto disse que a cidade ainda tenta entender o que aconteceu e reafirmou que o casal era muito tranquilo.

"A cidade está perplexa, foi uma coisa que nunca aconteceu. É uma coisa muito triste para a cidade. O cara era super tranquilo, muito bom, nada para falar dele. Era muito simples e trabalhador. A esposa dele sempre vinha aqui no supermercado, uma pessoa muito boa. Nem de conversar eles eram. Não tinham nenhum histórico de violência", relatou.
"Não deu para entender até agora. Ninguém consegue entender e vai ficar muito tempo sem entender, devido a como foi esse crime. Não tem nenhum fundamento para uma coisa dessa", completou.

Investigação

O crime está sendo investigado pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de São Gabriel da Palha. O titular, o delegado Rafael Caliman, afirmou que o mais provável é que as vítimas não tenham tido a chance de reação e que o crime pode ter acontecido enquanto elas dormiam.

Segundo ele, há indícios de que as vítimas foram pegas de surpresa, no meio da noite. O delegado frisou ainda que os corpos das três vítimas foram encontrados nas camas em que cada um costumava dormir.

"A princípio, todos estavam deitados e foram pegos de surpresa. Não tiveram qualquer reação", frisou o delegado, que informou ainda que vizinhos não escutaram gritos de socorro vindos da casa onde aconteceu o crime.

"Chamou a atenção que ninguém ouviu nada. Isso reforça a tese de que todos foram pegos de surpresa, possivelmente no meio da noite", completou.

Foto: Waslley Leite/ TV Vitória

Segundo o delegado, peritos da Polícia Civil vão retirar amostras de sangue dos corpos das vítimas e enviar para análise pericial. O objetivo é descobrir se elas chegaram a ser dopadas pelo autor do crime.

A Polícia Civil também recolheu as armas utilizadas no crime. Foram encontradas uma faca e uma marreta, de três quilos, na casa onde aconteceram os homicídios.

Além disso, será feito uma varredura nos celulares de Flávio e de Eusivânia. "Recolhemos celulares do suspeito e da esposa. A ´Polícia Civil irá investigar as causas desse fato", informou o delegado responsável pela investigação.

Com informações do repórter Waslley Leite, da TV Vitória/Record TV

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