Polícia

Filha de mulher morta na Região Serrana do ES fala pelo crime pela primeira vez: "Queremos justiça"

O principal suspeito de cometer o crime é Darli Márcio Christ, que começou a ser julgado no fórum do município nesta quarta-feira (1º)

Foto: Reprodução

A filha de Ana Lúcia da Costa, de 44 anos, morta na frente do neto, de 5 anos, e de outra filha, de 12, em Marechal Floriano, falou com exclusividade para a TV Vitória nesta quarta-feira (1º), quatro meses após o crime. O principal suspeito é Darli Márcio Christ, que começa a ser julgado no fórum do município nesta data.

Ana Lúcia era uma mulher vaidosa, que vivia sempre sorrindo. Apaixonada pelos cinco filhos e dois netos. Uma vida interrompida de forma brutal pelas mãos do homem, com quem foi casada durante 25 anos.

A vítima foi morta com duas facadas no dia 19 de janeiro deste ano, em Marechal Floriano. Segundo a polícia, o suspeito de cometer o crime é o ex-marido. Ana Lúcia e Darli estavam separados há dois anos. 

A vítima foi morta na frente de um neto de 5 anos e da filha de 12. Ana Lúcia foi ferida no abdômen e no braço, e morreu a caminho do Hospital de Urgência e Emergência de Vitória. A filha contou que o pai sempre foi violento.

"A vida toda a gente viu ele agredindo a minha mãe. Ela trabalhou muito e ele falava sempre que ela saía para trair ele, pois chegava tarde. Nisso, ele sempre bateu nela", contou.

Ana Lúcia pediu o divórcio e para evitar algum problema e deixou a casa onde morava para o ex. No entanto, segundo a filha, Darli nunca aceitou o término do relacionamento, mesmo já se relacionando com outra pessoa.

"A companheira dele sempre 'enchia a cabeça' dele. Eu sempre vinha nesta casa e conversava com os dois (o pai e a nova companheira), pois a casa é minha, mas eu deixaria eles ficarem. Eles poderiam ficar tranquilos, mas que não fizessem nada com a minha mãe", disse a jovem.

Darli Márcio possui vários registros na Justiça. Algumas denúncias foram feitas por Ana Lúcia, que chegou a pedir uma medida protetiva.

No dia do crime, enquanto Ana Lúcia era socorrida pelos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), os policias foram para delegacia confeccionar a ocorrência. Minutos depois, a filha caçula da vítima apareceu no DPJ e fez uma denúncia contra o pai.

Uma das filhas disse que o pai dela estava enviando várias mensagens para a filha mais nova, questionando o que teria acontecido com Ana Lúcia. A Polícia Civil foi na casa do suspeito e o encontrou escondido no forro do imóvel.

Naquele dia, Darli estava bastante agressivo e afirmou que mataria quem entrasse na casa. Os policiais precisaram arrombar a porta e usaram bala de borracha para prender o suspeito.

"O quarto da minha irmã era o único que ainda não estava forrado. Os policiais olharam pra cima e viram um vão. Foi aí que eles sentiram a respiração dele. Ele dizia que estava armado, que iria matar todo mundo", relatou.

Darli Márcio foi preso em flagrante, autuado pelo crime de feminicídio e levado ao sistema prisional. De acordo com a Polícia Civil, este foi o primeiro feminicídio registrado no município de Marechal Floriano nos últimos sete anos. Com o início da audiência, a filha espera justiça.

"Eu só espero Justiça. É o que eu, meu irmão e irmãs esperamos. Não queremos nada dele. Apenas que a justiça seja feita".

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