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Professora de faculdade particular de Vitória acusada por aluna de injúria racial é afastada do trabalho

Segundo a aluna, a educadora do curso de Moda fez críticas contra tatuagens, dizendo que são heranças dos presidiários e que elas ficariam ainda piores na pele negra

Marcelo Pereira

Redação Folha Vitória
Foto: Leitor / Folha Vitória

A professora Juliana Zucollotto, do curso de Design e Moda do Centro Universitário  Faesa, acusada por uma aluna de ter cometido injúria racial durante uma aula na última quarta-feira (22), foi afastada pela faculdade

Por nota, a instituição confirmou que a professora está afastada de suas atividades e que um processo administrativo já está em andamento para que todas as providências sejam tomadas. 

"O Centro Universitário reafirma que repudia todo e qualquer ato ou manifestação discriminatória e preconceituosa", completou a nota.

Aluna disse que professora associou tatuagens a presidiários e à escravidão

Durante uma aula, a mestre em comunicação e cultura teria feito críticas às tatuagens, dizendo que são coisas de presidiários e símbolos ligados à escravidão. O caso veio à tona depois que a estudante Carolina Bittencourd publicou vídeos no Instagram relatando o caso. 

Chorando, ela disse que havia acabado de passar por um episódio de preconceito cometido pela professora Juliana Zucculotto, do Centro Universitário Faesa.

A aluna afirmou que a educadora classificou tatuagens dizendo que "são heranças dos presidiários e que elas ficariam ainda piores na pele negra, que se assemelha a uma pele encardida".

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A Polícia Militar foi acionada e foi até a faculdade. A professora chegou a ser ouvida pelos militares e alegou que fez um comentário sobre tatuagens, mas que foi mal interpretada pela aluna. 

Ela foi conduzida à 1ª Delegacia Regional de Vitória. A jovem registrou um boletim de ocorrência e assinou uma representação contra a mulher. 

O delegado de plantão autuou a professora no artigo 140 do Código Penal Brasileiro, por injúria racial. 

O crime prevê pena de até dois anos de prisão. Uma fiança foi arbitrada pela autoridade policial, conforme artigo 322 do Código de Processo Penal. 

A Polícia Civil afirmou em nota que a professora "foi liberada para responder em liberdade, após o recolhimento da fiança. O caso seguirá sob investigação".

Outro lado

A professora Juliana Zucculotto foi procurada insistentemente pela reportagem nesta quarta (22) e quinta-feira (23), desde que o caso repercutiu nas redes sociais. Até o momento, ela não atendeu às ligações e também não respondeu às mensagens. O espaço segue aberto para manifestação. 

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