Polícia

Suspeito de aplicar golpes de quase R$ 30 milhões já havia sido preso em Minas Gerais

Algumas das vítimas relataram para a reportagem da Rede Vitória como caíram nas falsas promessas do suspeito

Ele foi preso em um apartamento na Praia da Costa | Foto: Reprodução

Após a prisão de Geraldo Ribeiro de Sousa, suspeito de aplicar golpes de quase R$ 30 milhões, algumas das vítimas relataram como caíram nas falsas promessas do suspeito. Além de se passar por empresário do ramo da Construção Civil, ele já esteve preso por homicídio em Minas Gerais.

As vítimas preferiram não ser identificadas. Uma delas relatou que Geraldo oferecia serviços em troca de lotes, imóveis e até carros de luxo. "Ele fazia contratos milionários, fazendo com que o proprietários dos imóveis fizessem parceria com ele, contratos de loteamento, empreendimentos e até prometendo licenças ambientais", disse.

A vítima ainda conta que, assim que o suspeito conseguia alguma propriedade, na promessa de pagar em serviços, antes mesmo de tomar posse do imóvel, ele vendia para terceiros. Dessa forma, ele recebia dinheiro por bens que não eram dele. "Essas negociações, até onde tenho conhecimento, estão na faixa dos R$  27 milhões. É um golpe muito alto. Ele prometia várias formas de negociação", contou a vítima.

Geraldo foi preso na manhã desta quinta-feira (19), por uma equipe da Delegacia de Defraudações, em um prédio onde estava morando de aluguel, na Praia da Costa, em Vila Velha. Nas redes sociais, ele postava fotos tiradas em apartamentos na quadra do mar, sempre mostrando que tinha um alto poder aquisitivo.

Depois que as vítimas percebiam que haviam caído em um golpe, elas passavam a investigar, por conta própria, o modo de negociar de Geraldo. Ele, por exemplo, dava alimentação e hospedagem aos funcionários. No entanto, no restaurante onde os trabalhadores comiam, uma das vítimas descobriu que, em troca de alimentação, o suspeito negociou com o proprietário do estabelecimento que o pagamento seria realizado em lotes. No entanto, tais propriedades nunca foram entregues.

Uma outra vítima contou que a equipe técnica de Geraldo não recebia pagamento em dinheiro. "O salário era através de promessa de participação nos empreendimentos. Era o que chamam de permuta. O pessoal fazia todo projeto arquitetônico e a aprovação. No final, ele daria a participação, mas nenhum chegou a ter um final", relatou uma segunda vítima.

Já um empresário, que também não quis ser identificado, vendeu para Geraldo máquinas que realizam serviços de pavimentação. Toda a ação foi firmada em um contrato, que não valeu de nada e só deixou prejuízo para ele. "Na época foi R$ 300 mil, a negociação. Eu reavi o rolo e hoje está em torno de R$ 250 mil. Mas se colocar o tempo que ele usou o equipamento, já ta em cerca de R$ 300 mil", disse.

Geraldo já respondia por crimes come estes. Em uma busca na internet, a equipe de reportagem da Rede Vitória constatou que o nome dele é citado em inúmeros processos envolvendo a empresa que ele dizia ter. O suspeito chegou a ser denunciado até por crimes de ameaça.

Os crimes cometidos por Geraldo, no entanto, não se restringem apenas ao Espírito Santo. Segundo uma das vítimas, ele agiu também um Minas Gerais. "Ele se trata de uma pessoa muito perigosa. É uma pessoa que responde por homicídio doloso em Minas Gerais, inclusive lá ele responde em liberdade provisória", afirmou.

Por meio de nota, a Secretaria de Administração do Sistema Prisional Mineiro confirmou que Geraldo foi preso em dezembro de 2014, quando chegou a ficar detido por onze dias, mas foi desligado e transferido.

De acordo com a Polícia Civil, as vítimas deverão comparecer à delegacia para prestar depoimento. Nas entrevistas, um dos homens enganados por Geraldo se disse aliviado com a prisão. "Não sei se serei ressarcido, mas isso já alivia", concluiu.

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