Polícia

Homem vai até delegacia, confessa que matou ex-esposa por pensão e não fica preso

O suspeito da execução é o irmão do atual marido da vítima; ele foi liberado da delegacia por não ter sido pego em flagrante

Foto: TV Vitória
Clementina Jastrow

Mesmo após confessar que matou a ex-mulher e se entregar para a polícia, um homem foi liberado. O caso aconteceu no município de Santa Teresa, região Serrana do Estado. No momento dos disparos, o esposo da vítima escutou os tiros.

O crime aconteceu no último domingo (19). A vítima, Clementina Jastrow, de 49 anos, estava no quintal da casa da sogra quando o suspeito chegou armado e efetuou um disparo. Após ser ferida, ela tentou correr, mas não conseguiu ir muito longe.

O suspeito da execução é o ex-marido de Clementina, que também é irmão do atual companheiro dela.

"Ela foi uma pessoa muito boa para mim. Uma mulher muito boa, trabalhadora, gostava muito de mim e eu também gostava muito dela", afirmou o viúvo.

O marido da vítima, Olair Tassinari, disse que estava em um bar quando ouviu o barulho do tiro.

"Eu conversei um pouquinho com o pessoa, nem cheguei a beber, escutei um tiro e corri. Todo mundo ficou apavorado e me falaram que mataram a Clementina. Eu corri lá, mas ela já estava sem vida", disse Olair.

Ele contou que uma equipe do Samu chegou a ser acionada, mas Clementina já estava sem vida.

O motivo da morte teria sido o pagamento de pensão alimentícia no valor de R$ 8 mil.

"Eu e meu irmão sempre tivemos uma convivência muito boa. Isso foi tudo por causa da pensão alimentícia que ela tinha ganhado e  ele quis se vingar matando ela. Acho que ele nem chegou a pagar ela".

De acordo com a Polícia Civil, na segunda-feira (19) o suspeito se apresentou na delegacia e entregou a arma do crime. Ele confessou a morte e foi liberado logo em seguida. A polícia informou que o caso está sendo tratado como feminicídio. 

Liberdade concedida

O caso espanta pelo fato do suspeito, mesmo após confessar o crime, ter sido liberado. A advogada Layla Freitas explica que isso acontece pois ele não foi pego em flagrante.

"A não existência de um processo criminal anterior, a primariedade, esses requisitos relativos a um risco à sociedade ou eventualmente a uma outra vítima, também fazem parte de uma análise feita pela delegacia. Assim como também, o fato dele ter entregado a arma. Isso também é importante".

A advogada disse também que mesmo o suspeito sendo liberado, com o andamento das investigações ele pode ser preso.

"Ele ser liberado em sede de delegacia não significa que o caso não vai ser investigado, analisado e eventualmente se tornar um processo criminal. Como ele já é um réu confesso, com certeza se torna um processo criminal, vai se passar por toda a fase de defesa e, vindo a condenação, ele vai ser enviado para a unidade prisional mais próxima."

Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) mostram que nos seis primeiros meses deste ano, foram registrados 19 casos de feminicídio. No mesmo período do ano passado foram registradas 14 ocorrências.

A equipe de jornalismo da TV Vitória tentou entrar em contato com o suspeito, mas ele não atendeu às ligações.

* Com informações do repórter Waslley Leite, da TV Vitória/RecordTV

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