Polícia

"Ela nunca teria coragem de agredir alguém", diz mãe de mulher trans morta em Cariacica

Lara foi morta após um suposto confronto com policiais militares no bairro Alto Lage, na madrugada desta quarta-feira (13)

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

A mãe da mulher trans morta durante um suposto confronto policial na madrugada desta quarta-feira (13) pede justiça. O caso aconteceu no bairro Alto Lage, em Cariacica, durante um patrulhamento da Polícia Militar na região.

A vendedora Silvânia da Costa Santos, mãe da vítima, esteve no Departamento Médico Legal (DML) para liberar o corpo da filha.

Lara foi morta com cinco tiros por policiais militares durante uma abordagem no bairro Alto Lage. De acordo com a polícia, a vítima reagiu à tentativa de abordagem e atacou os policiais com um prestobarba e acabou sendo baleada.

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No bairro, a versão é diferente. Segundo testemunhas, a mulher trans não reagiu à abordagem policial. Para a mãe, a filha não seria capaz de agredir os PM's.

"Nunca teria coragem de agredir ninguém. Ela nunca andou armada, nunca mexeu com tráfico, usuária eu digo que era, mas nunca me agrediu, nunca", enfatizou Silvânia.

Mãe da vítima recebeu ligações durante a madrugada

O pesadelo de Silvânia começou quando ela ainda estava dormindo. Durante a madrugada, a mãe de Lara recebeu diversas ligações de uma amiga informando o que tinha acontecido. Desesperada, ela levantou e foi até o local do crime.

De acordo com a vendedora, a filha era uma ótima pessoa, mas acabou entrando no mundo das drogas e tinha problemas psiquiátricos. A mãe conta que Lara já chegou a ser internada várias vezes.

"Eu tenho laudos que comprovam que ela é paciente psiquiátrica, eu tenho comprovantes e provas em documentos", afirmou.

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Além da tristeza em perder uma pessoa tão especial, Silvânia tem outro desejo: a justiça. "Covardia o que fizeram, não sei o que foi, mas Jesus sabe e a justiça de Deus vai ser feita e a justiça da terra também vai ser feita", disse.

O que diz a Polícia Militar

Em nota, a Polícia Militar do Espírito Santo informou, por meio da Corregedoria da Corporação que está acompanhando o caso e será instaurado um Inquérito Policial Militar para apuração dos fatos.

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