Polícia

Caso Pyetra: menina estava morta há três horas, com sinais de mordidas e lesões pelo corpo

Equipe médica constatou que a menina estaria falecida "a pelo menos 3 horas" quando chegou a UPA e que apresentava lesões no rosto e no pescoço, aparentando mordidas, assim como lesões nas pernas e na região do ânus

Foto: Montagem / Folha Vitória

A Justiça decidiu converter a prisão em flagrante do padrasto e da mãe da menina Pyetra dos Santos Reis, de 3 anos, que foi encaminhada a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serra Sede, sem vida, na madrugada da última quinta-feira (1).

Segundo a decisão, a equipe médica constatou que a menina de três anos já estaria falecida "a pelo menos 3 horas", que apresentava lesões no rosto e no pescoço, aparentando mordidas, assim como lesões nas pernas e na região do ânus, além de sinais de desnutrição.

Testemunhas também relataram já ter visto a criança machucada em outras ocasiões. Familiares contaram em depoimento que viam sinais de desnutrição a pelo menos seis meses.

A validade dos mandados de prisão do padrasto, Nilson da Silva Santos, de 26 anos, e da mãe, Alessandra Pinto dos Santos, de 20 anos, vão até 31 de julho de 2039.

Pais alegam ter sido acidente: 'ela caía demais'

Durante a transferência, o padrasto afirmou que é inocente e negou ter matado a enteada. O suspeito contou que brincava com a menina quando ela começou a passar mal e foi levada pela mãe, ainda na madrugada de quinta-feira (01), para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Carapina, na Serra.

"Foi um acidente, foi acidente", disse Nilson. "A gente estava sentado, como (fazemos) normalmente. Aí a gente foi colocar ela pra dormir [...] depois ela começou a ficar tremendo", completou.

Questionado sobre o surgimento dos hematomas, ele disse que "ela é um menina que caía demais, demais mesmo". Nilson ainda chegou a questionar o trabalho dos médicos legistas, que constataram que Pyetra já chegou ao Pronto Atendimento sem vida. "Eu acho que esses médicos não estão certos não. Acho que tá tudo errado, porque perante Deus não aconteceu nada disso, nada disso mesmo".

Mãe nega que a criança tenha chegado morta a UPA

A mãe de Pyetra Santos Reis, Alessandra Pinto dos Santos, de 20 anos, foi conduzida ao presídio na manhã desta sexta-feira (2) junto com o padrasto da criança, Nilson da Silva Santos, de 26. Ao contrário do que afirmaram os médicos, Alessandra afirmou que a filha chegou viva na Unidade de Pronto Atendimento de Carapina.

Foto: Reprodução

O casal conversou com o repórter Paulo Rogério, da TV Vitória/Record TV e ambos negaram qualquer agressão à criança. Alessandra foi questionada sobre os hematomas encontrados no corpo da filha, que segundo os médicos, morreu horas antes de dar entrada na UPA. Mas, segundo Alessandra, a filha não estava morta: "ela tava viva. Minha cunhada viu", disse.

A mãe da criança voltou a negar qualquer agressão ou caso de maus-tratos contra a criança. Questionada sobre as marcas de agressão, ela disse "não tinha nada disso não. Eu não agredi a minha filha, jamais faria isso". Para justificar os possíveis sinais de violência, Alessandra disse "tem quedas também. Criança brinca e se machuca". Questionada sobre o tipo de brincadeira, ela disse apenas que "ele já falou tudo", referindo-se ao depoimento do companheiro e também suspeito, Nilson da Silva Santos.

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