Polícia

Falso médico é preso durante operação da Polícia Federal em São Mateus

A PF investiga a falsificação de diploma do curso superior de medicina emitido por universidades estrangeiras e a transferência externa para universidades brasileiras com currículo falso

Foto: Pixabay

Um homem suspeito de fraudar documentos para exercer ilegalmente a medicina foi preso, na manhã desta quarta-feira (18), em São Mateus, no norte do Estado. No momento da prisão, Leonardo Luz Moreira trabalhava no pronto-socorro do Hospital Estadual Roberto Silvares.

A prisão foi feita pela Polícia Federal do município, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. A PF também cumpriu mandados na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, e no Amazonas.

A operação, voltada ao combate da prática ilegal de medicina, resultou no cumprimento de dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão. 

A polícia investiga a falsificação de diploma do curso superior de medicina emitido por universidade estrangeira e a transferência externa para universidades brasileiras com currículo falso.

De acordo com a Polícia Federal, os suspeitos pagavam um valor para ter a transferência externa facilitada e depois começavam a atuar nos municípios brasileiros, principalmente em postos de saúde e hospitais.

Durante as investigações, cinco falsos médicos foram descobertos trabalhando no hospital municipal de Jitaúna, na Bahia. Os suspeitos, segundo a polícia, fugiram para outras cidades do Espírito Santo e do Amazonas. 

Os falsos médicos investigados podem responder por uso de documento falso, exercício ilegal da medicina, peculato e associação criminosa. 

Falso médico estudou seis meses na Bolívia

Segundo o delegado responsável pela investigação, Leonardo Luz Moreira, alvo do mandado de prisão em São Mateus, havia se matriculado em uma faculdade de medicina na Bolívia onde estudou por um semestre.

O suspeito solicitou a transferência para uma faculdade brasileira e teria adulterado os registros da universidade boliviana, para que computassem, em vez de seis meses, quatro anos de estudo. Dessa forma, o suspeito teria se formado em medicina em menos tempo do que o normal. 

Ainda segundo as investigações, o homem foi contratado por prefeituras do norte do Espírito Santo e também pelo governo do Estado. Em três anos de atuação, os salários acumulado podem chegar a aproximadamente R$ 850 mil. 

As investigações apontam ainda que o suspeito teria recrutado estudantes e repetia o processo. Os alunos eram enviados para estudar por seis meses no estrangeiro e, quando retornavam ao país, o médico investigado falsificava a documentação. 

Pelos serviços de falsificação, o suspeito cobrava entre R$ 20 e 40 mil, de acordo com a Polícia Federal.

CRM-ES afirmou que suspeito tinha registro

O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) informou, por meio de nota, que o médico investigado está com o registro devidamente ativo e regular, conforme a legislação em vigor.

O CRM-ES informou, ainda, que, diante da suspeita de irregularidade na documentação do referido médico, vai entrar em contato com a polícia para se inteirar dos fatos e colaborar no que for preciso para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível.

Já a direção do Hospital Estadual Roberto Arnizaut Silvares informou que o médico preso na operação e que atuava no pronto-socorro da unidade não é servidor estadual. Ele é, na realidade, funcionário de uma empresa contratada para a prestação de serviços médicos.

A direção destacou que no ato da contratação a empresa apresentou todas as documentações necessárias e obrigatórias para cada vínculo disponibilizado ao hospital, incluindo o registro ativo do funcionário no Conselho Regional de Medicina do Estado. 

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