Polícia

Motorista de aplicativo preso ao se masturbar na frente de passageira é liberado

A passageira flagrou o momento do ato e enviou para o pai, que acionou a polícia. Ele foi detido por importunação sexual, mas acabou liberado

Foto: Reprodução

O motorista de aplicativo de 42 anos, preso em flagrante no último sábado (06), enquanto se masturbava durante uma corrida, foi liberado neste domingo (07), após audiência de custódia. A defesa afirma que tudo não passou de um mal-entendido.

O homem foi detido após cometer o ato no momento em que havia uma passageira de 21 anos no veículo. Ela é filha de um policial militar aposentado e, pelo celular,  conseguiu flagrar o ato e enviou para o pai, por meio de um aplicativo de mensagens.

As imagens mostram o motorista fazendo o movimento de masturbação enquanto a passageira estava sentada no banco de trás. A moça, que chamou a corrida em Cariacica, seguia para a Serra, quando desconfiou das atitudes do motorista.

"Percebi que as coisas estavam ficando estranhas quando ele começou a fazer umas perguntas pessoais, se eu era casada ou tinha filhos. Ele disse que eu era diferente e, normalmente, não via pessoas assim", contou a vítima.

À reportagem da TV Vitória/Record TV, a jovem contou que já estava na Serra quando percebeu que o homem começou a se masturbar. Foi quando ela filmou e pediu ajuda para o pai. Ela chegou a exigir que o motorista parasse com o veículo, mas ele insistiu em seguir com a corrida.

"Percebi que ele estava abrindo o cinto e vi que ele estava fazendo movimento de masturbação. Foi o momento em que eu peguei o telefone e comecei a gravar. Foi pouca coisa e fiquei com muito medo de ele perceber. Eu fingi que liguei para o meu pai e ele ficou quieto. Eu falei para ele deixar eu descer, mas ele travou a porta".

Além do vídeo, a jovem encaminhou para o pai os dados do motorista, do carro e a localização em tempo real. Pouco tempo depois, uma viatura da Polícia Militar localizou o automóvel.

"Ele viu a viatura e deram sinal sonoro para ele umas sete vezes, mas ele disse que não iria parar, pois não sabia o que a polícia queria com ele. Eu pedi, pelo amor de Deus, para ele parar o carro, pois eu sabia que era com ele", afirmou.

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Segundo a polícia, durante a abordagem, o motorista estava com o zíper aberto e o órgão genital exposto. Ele resistiu, mas foi retirado do veículo pelos policiais. Em depoimento, ele negou os fatos, mas, mesmo assim, foi detido e levado para o Plantão Especializado da Mulher, em Vitória. Com ele, a polícia apreendeu uma cartela de comprimidos de Viagra, utilizados para disfunção erétil.

"Ele foi preso e negou. Ele estava com uma cartela de viagra. Tinha quatro comprimidos e ele tinha tomado um. A delegada perguntou o que ele fez com o outro e ele disse que tinha usado com esposa na noite anterior", contou a jovem.

O carro do motorista também foi apreendido e levado para a delegacia. O homem foi identificado como Adriano Osório de Alcântara Tristão. Ele foi autuado por importunação sexual e encaminhado para o presídio.

A jovem, ainda bastante assustada, acredita que, se não fosse a polícia, o homem poderia ter feito algo pior. Ela diz que teme em utilizar, de novo, um carro por aplicativo.

"Eu me senti desrespeitada. Eu paguei pela corrida. Não era uma carona. Independente disso, eu fui desrespeitada. Se a polícia tivesse demorado, tenho medo de ter ocorrido alguma coisa. Estou com medo, não quero pegar Uber nem tão cedo", afirmou.

O suspeito passou por audiência de custódia e a juíza Gisele Souza de Oliveira concedeu a liberdade provisória sem fiança, mediante o cumprimento de algumas medidas. Ele também foi proibido de exercer atividade de motorista de aplicativo.

Após a soltura do suspeito, o advogado de defesa afirmou que tudo não passou de um mal-entendido e disso que deve comparecer à corregedoria da Polícia Militar. Segundo ele, durante a abordagem, o homem teria sido agredido.

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O que diz a Uber

A empresa para qual o motorista trabalhava se pronunciou por meio de nota, e afirmou que o cadastro dele já foi desativado assim que tomou ciência dos fatos. Leia na íntegra:

"A Uber repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência. O motorista parceiro teve sua conta desativada da plataforma assim que a empresa tomou conhecimento do episódio. A Uber se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações.

A Uber defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Por isso, desde 2018 a empresa mantém o compromisso de participar ativamente do enfrentamento da violência contra a mulher e segue investindo constantemente em conteúdos educativos contra o assédio para motoristas.

Em conjunto com o Instituto Promundo, foi lançado o Podcast de Respeito e mais recentemente a Uber lançou uma campanha educativa de combate ao assédio também em parceria com o MeToo Brasil. Além disso, também em parceria com o MeToo, a plataforma possui um canal de suporte psicológico para apoiar vítimas de violência de gênero.

Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o compartilhamento de localização, gravação de áudio, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros".

*Com informações da repórter Rafaela Freitas Ferron, da TV Vitória/Record TV

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