Polícia

Suspeitos de matarem agiota com quase 30 tiros na Serra são presos

A vítima, segundo a polícia, teria emprestado dinheiro para a mãe de um dos suspeitos e feito ameaças a ela e ao filho após a mulher não pagar a dívida

Foto: Divulgação/ Polícia Civil
Enoque Pereira Leal Filho e Kássio Lima Ruperti da Silva foram indiciados pela polícia

Dois homens suspeitos de matarem um agiota na Serra foram presos pela polícia. Juan Luiz Guimarães Wotkosky, de 44 anos, foi assassinado com 29 tiros em maio deste ano. Segundo a polícia, os suspeitos comemoraram a execução dele gritando em uma praça do bairro Hélio Ferraz.

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Enoque Pereira Leal Filho, de 26 anos, e Kássio Lima Ruperti da Silva, de 22 anos, são apontados pelas investigações como autores do crime. Eles foram presos e indiciados. Um adolescente de 17 anos também teria participado do homicídio, mas ele ainda não foi apreendido.

Na manhã desta quinta-feira (25), a Polícia Civil divulgou informações sobre o crime que aconteceu no dia 19 de maio. Segundo as investigações, após a irmã morrer por causa de um acidente vascular cerebral, a vítima ficou abalada e resolveu ir para a casa da namorada.

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Outras sete pessoas estavam dormindo no imóvel quando os suspeitos chegaram. Na sala estavam Juan, a namorada e os dois filhos da mulher. Os suspeitos entraram se passando por policiais e pediram para a mulher sair da sala com as crianças. Logo em seguida, eles ouviram o barulho dos tiros. 

O delegado responsável pela investigação, Rodrigo Sandi Mori, explicou que a mãe de Enoque, um dos suspeitos do crime, é usuária de drogas. Ela sabia que Juan era agiota e teria pedido dinheiro emprestado e não pagou. A vítima, então, foi cobrar ao filho dela e teria dito que mataria todos caso não devolvessem o dinheiro. 

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Segundo o delegado, o filho da mulher teria envolvimento com o tráfico. Ele teria sido mais rápido e executou o agiota. 

"Ao chegarem no local, eles arrombaram a porta da residência e começaram a gritar: 'Polícia, polícia, polícia, você está com um mandado de prisão'. Ao perceberem a presença dos indivíduos, as crianças correram para dentro de um quarto e um dos executores empurrou a namorada dele", contou. 

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Ainda de acordo com a polícia, após matar Juan, Enoque foi para a praça do bairro e gritou para comemorar. "O Enoque foi para a praça e gritou para todos ouvirem: 'Matamos o 'Delegado', agora ele vai cobrar o capeta no inferno'".  

Segundo Sandi Mori, o agiota era conhecido entre os criminosos pelo apelido de "Delegado Aposentado". No dia do crime, a família da namorada de Juan não entendia o porquê de tanta violência, já que ele dizia ser auditor da Receita Federal e ter uma vida estável. 

A namorada não sabia, mas a vítima tinha um histórico criminal. Juan já havia sido preso por estelionato várias vezes e, segundo a polícia, era agiota.

"Para os traficantes e moradores que eram desconhecidos, ele falava que era delegado aposentado como uma forma de intimidar. Já para as pessoas mais próximas, ele falava que era servidor da Receita Federal", explicou Sandi Mori. 

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A polícia conseguiu prender os dois traficantes em julho. Eles, segundo a polícia, negaram que tenham cometido o crime. Enoque e Kássio foram indiciados por homicídio qualificado por meio cruel, motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, além de corrupção de menores.

O menor que ainda não foi apreendido também já foi indiciado por ato infracional análogo ao crime de homicídios com as mesmas qualificadoras.

*Com informações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória/Record TV.

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