Polícia

Aliados do homem mais procurado do ES são presos em operação na Grande Vitória

Segundo a polícia, muitos dos ataques nos bairros de Andorinhas e Nova Palestina nos últimos dias foram ordenados por homens presos nesta operação

Foto: TV Vitória

Uma operação da Polícia Civil, nesta sexta-feira (17), resultou na prisão de 16 pessoas. Entre elas, estão dois indivíduos apontados pela polícia como comparsas de Fernando Moraes Pereira Pimenta, o "Marujo", considerado o homem mais procurado pela polícia do Espírito Santo, por liderar o tráfico de drogas do Bairro da Penha, em Vitória. 

Os nomes dos detidos não foram divulgados. Um dos presos, segundo a polícia, era o segurança particular de Marujo. Além de protegê-lo, o detido, segundo policiais, guardava fuzis usados nos confrontos do tráfico de drogas. 

"Quando nós chegamos no Bairro da Penha, estava tendo, logo de madrugada, por volta das 5 horas, um baile do Mandela. E ele estava passando por ali, até parecendo estar sob efeito de entorpecentes. Nesse momento, nós conseguimos efetuar a prisão dele. Gerou alguma comoção com os outros, já que tinham vários indivíduos no baile, mas a gente tirou ele muito rápido ali do meio e conseguimos efetuar a prisão", contou o delegado Romualdo Gianordoli.

Foto: Reprodução TV Vitória
De boné branco, o segurança de Marujo aparece em uma foto portando arma de grosso calibre, ao lado de um comparsa

Segundo a polícia, o segurança de Marujo, preso durante a Operação Sicário, aparece em uma foto, publicada nas redes sociais, exibindo armamento pesado, ao lado de um outro indivíduo. 

De acordo com a PC, a imagem foi tirada após a dupla ir ao Rio de Janeiro para buscar armas e trazer ao Espírito Santo.

O rapaz preso aparece na foto sem camisa e com um boné branco. Já o comparsa dele, que na imagem usa uma camisa de time de futebol, ainda está foragido.

Durante a Operação Sicário, também foi preso um homem apontado como o "braço direito" de Marujo no tráfico do Bairro da Penha. Segundo a polícia, ele assume o comando do tráfico na região quando Marujo não está no território. 

"O Marujo, sendo o mais procurado do Espírito Santo já há alguns anos, não tem tantas pessoas no círculo de confiança dele. A pessoa acaba adquirindo uma certa neurose, a gente sabe disso. E hoje saíram pelo menos mais duas pessoas do círculo de confiança dele. Isso gera uma instabilidade e, quem sabe, pode facilitar a captura dele no futuro, o que nós todos sonhamos", frisou Gianordoli.

Lideranças de outras regiões também foram presas

Além dos comparsas de Marujo, outras 14 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas foram presas na Grande Vitória. Todas tinham mandado de prisão em aberto. A operação também cumpriu mais de 40 mandados de busca e apreensão.

Segundo Romualdo Gianordoli, entre os capturados havia lideranças importantes do crime organizado, como o chefe do tráfico do bairro Mucuri, em Cariacica, e uma mulher considerada líder da organização criminosa que atua no bairro Boa Sorte, no mesmo município. 

"O que é interessante é que nós pegamos lideranças de facções rivais. Isso é bom, porque não gera desequilíbrio", destacou o delegado.

Os policiais também descobriram que um imóvel no bairro São Benedito, em Vitória, era usado por criminosos como base para o tráfico. No local, foram encontrados dezenas de rádios comunicadores. 

Presos têm envolvimento com ataques em Vitória

A polícia acredita que, com as 16 prisões realizada nesta sexta, é possível que os moradores dos bairros Andorinhas e Nova Palestina, na capital, que foram palco de uma série de tiroteios nos últimos dias, tenham um pouco mais de paz.

Muitos dos ataques nessas comunidades foram ordenados por homens presos nesta operação, segundo informações policiais. 

"As prisões de hoje são prisões de lideranças que determinam esses ataques. Pode ser que algumas pessoas que não foram presas podem determinar ataques, mas essas pessoas tinham o poder de determinar. Então essas prisões são importantes em razão disso. Aquelas pessoas que têm a coragem de ir executar a ação estão sem comando", destacou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.

Os comandantes das forças de segurança do Estado esperam que, após a operação desta sexta, haja uma diminuição da violência, dos tiroteios e da interminável guerra do tráfico, que tira o sossego da população de bem.

"Estamos colocando novamente na prisão 16 indivíduos perigosos, ligados diretamente ao tráfico de entorpecentes e a toda essa violência que a gente assiste no Espírito Santo, com as determinações deles para os jovens lá na ponta", ressaltou o secretário Estadual de Segurança Pública, Alexandre Ramalho. 

"Vale a pena destacar também, para a comunidade de Andorinhas e de Nova Palestina, que o governador Renato Casagrande determinou e estamos colocando duas viaturas da Polícia Militar 24 horas no centro de Andorinhas e duas viaturas no bairro Nova Palestina, para cessar essa violência e esse abuso", completou.

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Operação contou com ajuda de outras forças de segurança

De acordo com a polícia, o nome da operação faz referência aos crimes que motivaram a expedição dos mandados de prisão. A palavra "sicário" é originária do Latim sicarius e refere-se ao indivíduo sedento de sangue; sanguinário; cruel.

A operação, que contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a presença de helicópteros, realizou um cerco em bairros da Serra, Cariacica, Vila Velha, além de Vitória após uma semana de terror em comunidades capixabas.

Deflagrada na madrugada desta sexta-feira, a Operação Sicário contou com a participação de aproximadamente 200 agentes de diversas forças de segurança. O Bairro da Penha foi o foco da operação na capital porque, segundo policiais, as ordens do tráfico de drogas partem do local.

*Com informações da repórter Milena Martins, da TV Vitória / Record TV

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