Polícia

PMs são afastados após agressão a mulher em Guarapari

Um vídeo feito por uma testemunha mostra que um dos militares dá uma joelhada e socos no rosto da mulher

Foto: Reprodução

Os policiais militares envolvidos na abordagem e na agressão a uma mulher, em Guarapari, foram afastados. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Secretaria Estadual de Segurança Pública no início da tarde desta quarta-feira(29).

Mais cedo, o representante da corregedoria da Polícia Militar, tenente-coronel Marques, disse que o inquérito policial militar já havia sido instaurado e que a corporação iria analisar o possível afastamentos dos militares. O inquérito pode durar até 60 dias. 

O fato aconteceu no último sábado (25), no bairro Lameirão. Um vídeo feito por uma testemunha mostra que um dos militares dá uma joelhada e socos no rosto da mulher. Além disso, dá um tapa no rosto dela enquanto ela estava no chão, já imobilizada.

"Por enquanto, estão realizando atividades normais. Aquela foi uma ocorrência ao Samu. Não podemos afirmar que temos imagens de toda a ocorrência. Imediatamente após recebermos a imagem, já abrimos o inquérito policial militar, que é um procedimento de investigação bem mais formal para os militares. No desdobramento, dentro do prazo legal, e dando amplo direito de defesa, aí sim poderemos realizar o afastamento ou outras diligências", explicou o tenente-coronel Marques horas antes do anúncio do afastamento

Segundo o tenente-coronel, o prazo legal para a apuração do inquérito é de 40 dias, podendo ser prorrogados por mais 20. Neste período, as provas serão apuradas e os envolvidos prestarão depoimentos.

"As imagens são importantes, mas ela vem de uma fonte externa. Dentro de um processo legal, tem que certificar e isso já faz parte do inquérito. Esses procedimentos estão sendo feitos para toda a abertura. Temos os prazos legais para apurar e não ter dúvida para uma penalização", disse Marques sobre a postura dos policiais.

Os militares envolvidos podem responder a uma ação penal por lesão corporal e, disciplinarmente, o não emprego da técnica, segundo o tenente-coronel.

"Isso tem que ser comprovado. Inicialmente, já há outros relatos da postura da abordada, tanto que o Samu teve que chamar a policia para auxiliar o atendimento".

PMs alegam legítima defesa

Os policiais militares envolvidos na abordagem alegaram ter agido em legítima defesa.

Por meio de nota, a Associação dos Cabos e Soldados do Espírito Santo (ACS-ES) informou que a mulher abordada pelos policiais do 10º Batalhão da PMES sofre de transtornos mentais e que já havia desferido um golpe de faca em uma vizinha. Além disso, segundo a associação, ela resistiu à abordagem dos policiais e chegou a morder um dos militares.

"Em legítima defesa, o Cb PM Toscano agiu de maneira mais enérgica e conseguiu imobilizar a mulher, levando-a para a viatura. De acordo com os policiais, a ação foi para conter o comportamento agressivo da mulher, que estava em surto", informou a ACS-ES, na nota.

A associação informou ainda que foi procurada pelo outro policial envolvido na ocorrência, o soldado Vasconcellos e que vai dar todo o suporte jurídico necessário aos dois policiais militares.

"Inaceitável", diz Casagrande sobre conduta de PMs

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, determinou que o Comando-Geral da Polícia Miliar apure e tome providências sobre as agressões feitas a uma mulher.

"Inaceitável. Determinei ao Comando Geral da Polícia Militar a apuração rigorosa e providências imediatas referente aos fatos registrados em Guarapari, no último sábado, que tiveram os vídeos divulgados hoje. A conduta em evidência não representa os valores da nossa polícia", destacou.


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