Polícia

Cinco são presos durante operação contra quadrilha suspeita de vender lotes irregulares no Espírito Santo

Os suspeitos foram encontrados em uma casa simples, na localidade de Ponto Alto, a 35 quilômetros do Centro de Domingos Martins. Os detidos foram levados para o CDP de Viana

Casas eram construídas sem seguir os critérios ambientais determinados em Lei Foto: Reprodução/TV Vitória

Cinco pessoas foram presas e outros dois corretores de imóveis tiveram a prisão decretada pela Justiça, em Domingos Martins, na região Serrana do Estado, durante a Operação Berg, do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), na manhã desta quinta-feira (15). Os detidos foram levados para a sede da promotoria do município e, de lá, foram levados para o Centro de Detenção Provisória de Viana.

Os suspeitos foram encontrados em uma casa simples, na localidade de Ponto Alto, a 35 quilômetros do Centro de Domingos Martins. Um dos detidos é o empresário João Batista Monteiro Gaiotti, apontado pelo Grupo de Acompanhamento Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), como um dos líderes de um esquema criminoso de loteamento clandestino.

Ao deixar a residência, o empresário se limitou a dizer que é inocente. “Eu compro os terrenos e faço a revenda, de forma legal, sou registrado. Então, eu faço as coisas da maneira correta”, diz o suspeito.

Gaiotti foi conduzido em uma viatura da Polícia Militar até o escritório em que trabalhava, localizado em Marechal Floriano, também na região Serrana do Estado. Foi lá que agentes do Gaeco apreenderam centenas de documentos.

Além de Gaiotti, foram presos José Monteiro Gaiotti, Paulo Sergio Monteiro Gaiotti, Nilson Pires da Silva e Júlio Cesar Fernandes da Silva.

Empresário suspeito diz que é inocente Foto: TV Vitória

A Operação Berg, deflagrada na manhã desta quinta-feira (15), cumpriu ao todo oito mandados de busca e apreensão, nos municípios de Domingos Martins, Marechal Floriano e Viana.

O grupo é acusado de vender lotes ilegalmente em áreas na zona rural, que eram vendidas de forma clandestina. O caso foi denunciado com exclusividade pela Rede Vitória, em novembro de 2014, em uma série de reportagens especiais que revelou como funcionava o esquema.

Os empresários compravam grandes áreas de terra, que eram divididas em lotes menores e vendidos a pessoas que, na maioria das vezes, não tinham conhecimento das irregularidades. Alguns, depois de pagar pelos imóveis, recebiam casas que não tinham sequer acesso à energia elétrica.

Em outros loteamentos, áreas de proteção ambiental foram desmatadas. Casas foram construídas praticamente dentro de córregos e rios, sem respeitar o afastamento mínimo exigido por lei. O tamanho dos lotes também desrespeitou a legislação em vigor.

“Os loteamentos em áreas rurais são exceção. Esses senhores loteavam esses locais independente de qualquer fiscalização do município, vendiam para proprietários abaixo da fração rural. Porque existe um módulo rural que deve ser respeitado. Eles faziam isso causando graves danos ambientais”, afirma o promotor a frente do caso, Vitor Anhoque.

O promotor encarregado da investigação admite que a série de reportagens da TV Vitória/Record foi decisiva para a construção do caso. “Foi determinante, inclusive, a série faz parte dos autos, nós identificamos diversos loteamentos a partir dela e isso foi determinante para que a gente fizesse esse mapeamento”, completa o promotor.

Pontos moeda