Suspeitos de aplicar golpe do “bilhete premiado” são presos no ES após prejuízo de R$ 200 mil
O prejuízo levantado pela polícia chega a R$ 200 mil. No entanto, apenas uma parte do dinheiro roubado foi recuperada. As notas encontradas somam mais de R$ 10 mil
Uma dupla especializada em aplicar o "golpe do bilhete premiado" foi detida, na tarde da última terça-feira (13), em uma padaria, no bairro Jardim Camburi, em Vitória. Pelo menos 20 vítimas denunciaram o golpe, em apenas seis meses.
O prejuízo levantado pela polícia chega a R$ 200 mil. No entanto, apenas uma parte do dinheiro roubado foi recuperada. As notas encontradas somam mais de R$ 10 mil.
“Trata-se de um grupo criminoso especializado em golpes do bilhete premiado. Eles são de fora do Estado. Vinham aqui, escolhiam vítimas, normalmente mulheres em torno de 45 anos, e após ludibriá-las com a perspectiva de ganho de um dinheiro fácil, conseguiam obter vantagens dessas vítimas e fugiam para os seus respectivos Estados”, afirma o delegado que acompanha o caso, Ícaro Ruginski.
O dinheiro estaria com os suspeitos Acassio Leandro da Silva e José Ramos da Silva. A dupla utilizava disfarces, como jalecos, chapéu e bengala. O bilhete utilizado no golpe é semelhante a um jogo de loteria.
Segundo a polícia, o grupo estudava as vítimas antes de agir. “Eles abordavam algumas vezes quando a vítima resistia. Utilizavam a força e passavam, ao invés de estelionato, para extorsão, levando as vítimas dentro de carros, fazendo ameaças à integridade física delas e de seus familiares e, assim, obtendo uma vantagem indevida”, diz o delegado Ícaro.
A polícia chegou até os suspeitos após analisar imagens de videomonitoramento e relatos de vítimas. Acássio e José foram detidos em uma padaria de Jardim Camburi, após uma denúncia anônima.
A dupla preferiu não dar detalhes sobre o esquema para as equipes de reportagem da TV Vitória/Record. “Não tenho nada a declarar não. Só vou me defender em juízo”, disse o suspeito José Ramos da Silva.
Ainda segundo a polícia, a quadrilha é composta por cinco pessoas, e atua no Espírito Santo há seis meses. O terceiro suspeito foi identificado como Silvio da Conceição Pereira, que é procurado. Segundo o delegado, antes de vir para o Estado, o grupo atuava em outras cidades, como São Paulo.
“É um grupo bem especializado, todos de fora do Estado e é uma investigação bem complicada. Entretanto, nós já identificamos os demais comparsas. A investigação continua e nós vamos continuar a realizar diligências até encerrar o inquérito policial”, completa o delegado.
Os suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. Acássio e José podem responder pela prática dos crimes de extorsão e associação criminosa. Ambos foram identificados pela participação em crimes de estelionato, sendo reconhecidos por vítimas.