Polícia

Homem vai parar na delegacia após promover quebra-quebra na UPA de Carapina

Gedeão Silva Pereira teria se irritado com a demora no atendimento à nora dele e arrombou a porta que dá acesso aos consultórios médicos

Um homem foi detido após se envolver em uma confusão dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Carapina, na Serra, na manhã desta terça-feira (03). Gedeão Silva Pereira, 47 anos, e o filho dele, um adolescente de 16 anos, chegaram a quebrar uma porta para invadir os consultórios médicos.

Pai e filho teriam se exaltado com a demora no atendimento à noiva do jovem, uma adolescente também de 16 anos, que estaria passando mal. A confusão teve início por volta das 10h40 e foi registrada por câmeras de celulares de pacientes que aguardavam para ser atendidos.

Após quebrar a porta e chegar no corredor, um deles ainda quebrou uma vidraça. Durante confusão, o noivo da garota teve ferimentos leves na mão. A Guarda Municipal foi acionada e Gedeão foi conduzido para a Delegacia Regional da Serra. Segundo a Polícia Civil, ele prestou esclarecimentos e depois foi liberado.

Quem estava presente na unidade de saúde afirma que foram momentos de desespero. "O pessoal começou a pular lá pra dentro, quebrou vidro, arrebentou as portas de vidro lá dentro. A moça que estava passando mal não estava desmaiada. Ela só estava sentindo falta de ar. E só tinham cinco minutos que ele tinha chegado e ele queria ser atendido", contou uma dona de casa, que preferiu não se identificar.

A responsável pela jovem, Maria Francisca Andrade Pinheiro, afirmou que a adolescente  precisou de atendimento. Ela conta que a menina chegou à UPA de Carapina desmaiando, com falta de ar, mas, ao passar pela classificação de risco, foi informada que teria que esperar pelo atendimento médico.

"Eu falei: 'moça, a minha filha está cada vez pior, precisa de atendimento imediato'. Ela disse: 'calma, a senhora tem que esperar a classificação'. Eu falei assim: 'mas ela não está em tempo de esperar a classificação, ela está passando muito mal'. Ela já estava assim tipo morrendo mesmo", disse Maria.

A adolescente foi atendida, medicada e liberada cerca de duas horas depois. Mesmo assim, a família saiu insatisfeita da unidade de saúde.

"Conseguiu o atendimento, mas só que ele deixou a desejar, porque não foi dada receita nenhuma, remédio nenhum para ela. Falaram para procurar atendimento em um ambulatório e não falou o que ela teve", reclamou a responsável pela menina.

Nenhum funcionário da UPA conversou com a imprensa. Por meio de nota, a Prefeitura da Serra informou que a confusão não atrapalhou o atendimento. No entanto, quem estava na unidade de saúde diz que os serviços foram momentaneamente paralisados.

"Não fechou a unidade, mas nós ficamos 20 minutos sem atendimento. O sistema de classificação parou de chamar, porque os médicos ficaram realmente com medo", disse a dona de casa.

Segundo alguns pacientes, o atendimento na UPA de Carapina foi normalizado por volta das 11h30. A reportagem da TV Vitória/Record TV também questionou a Prefeitura da Serra sobre a reclamação da família no atendimento à adolescente, mas até a noite desta terça-feira, ainda não havia recebido retorno.



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