Morte irmãos carbonizados

Polícia

Audiência em Linhares: Georgeval Alves pede licença durante depoimento e quatro testemunhas são ouvidas

Georgeval, que teve o direito concedido pelo magistrado, demorou cerca de cinco minutos fora da sala

Andressa Balbi

Redação Folha Vitória
Foto: Andre Vinícius Carneiro

Após seis meses do incêndio ocorrido dentro de uma residência em Linhares, o casal Georgeval e Juliana Sales participa da audiência que acontece nesta terça-feira (23), no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, localizado no bairro Três Barras, em Linhares, no norte do Espírito Santo. Quatro militares foram ouvidos pela Justiça durante a manhã. Na ocasião, os acusados foram levados para uma cela, no interior do Fórum, onde aguardaram o término da pausa estipulada para o horário do almoço.

Segundo a apuração do jornal online Folha Vitória, por questões de segurança, o juiz que realiza a audiência do caso dos irmãos Joaquim e Kauã, optou por não dar sequência ao caso dentro do Tribunal de Júri. Por este motivo foi feito uma mudança de logística, onde as oitivas das testemunhas estão sendo realizadas na sala da Primeira Vara Criminal do Fórum do município. 

Em determinado momento da audiência, o acusado Georgeval Alves, pai de Joaquim e padrasto de Kauã, pediu licença da sala para ir até o banheiro. Georgeval, que teve o direito concedido pelo magistrado, demorou cerca de cinco minutos fora da sala, e só então retornou ao local para continuidade da audiência.

* Com informações do editor André Vinicius Carneiro da equipe da Rede Vitória.

Fórum em Linhares

A audiência desta terça-feira (23) é realizada no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, localizado no bairro Três Barras, em Linhares, no norte do Espírito Santo.

Na tarde desta segunda-feira (22), a reportagem do Folha Vitória entrou no salão, localizado no térreo do Fórum, onde será realizada a audiência. As testemunhas serão ouvidas no Tribunal do Júri, local onde, via de regra, é realizado júri popular. Apesar de não ser comum nesta fase do processo, o procedimento é normal pela quantidade de testemunhas arroladas.

Na entrada da sala e nas paredes, um aviso alerta: o uso de celulares durante a sessão é proibido. Gravar sons e imagens também não é permitido.

Além do juiz responsável pelo caso e do promotor de Justiça, também estará na sessão um membro da equipe de taquigrafia, para transcrição da sessão.

O crime

O pai de Joaquim e padrasto de Kauã, Georgeval Alves, é suspeito de molestar, agredir e atear fogo nos meninos, que morreram carbonizados. Ele é marido de Juliana e foi preso dias depois do incêndio.

A morte dos irmãos aconteceu em Linhares, Norte do Espírito Santo, na madrugada do dia 21 de abril. Na ocasião, a mãe das crianças estava em viagem para um congresso religioso em outra cidade. Na casa, os meninos estavam sob os cuidados de Georgeval.

Após o incêndio, os corpos carbonizados dos irmãos foram encaminhados para o Departamento Médico Legal (DML), em Vitória, onde foi necessária a realização de exames de DNA para identificação.

Na segunda-feira seguinte ao incêndio, o pastor George e a esposa, Juliana Salles, mãe das crianças, estiveram no DML para o recolhimento de material para realizar os exames de DNA. Na ocasião, George relatou para a imprensa o que teria acontecido na noite do incêndio.

Juliana Sales foi presa no dia 20 de junho, na casa de um amigo da família, em Teófilo Otoni, Minas Gerais. Ela permanece em um presídio da cidade. Segundo a decisão da Justiça, Juliana sabia dos “supostos abusos sexuais” sofridos pelos filhos e ela, em parceria com o marido, Georgeval Alves, tinha planos de usar a morte das crianças como forma de ganhar notoriedade e ascensão religiosa.


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