Polícia

Cinco casos de tentativa de sequestro estão sendo apurados no ES

De acordo com a polícia, alguns relatos, inclusive, são cópias de boatos que já haviam circulado em outros estados

Thaiz Blunck

Redação Folha Vitória

Diante dos relatos de supostas tentativas de sequestro de crianças em municípios da Grande Vitória, espalhados nas redes sociais nas últimas semanas, a Polícia Civil, através da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), divulgou, na manhã desta quarta-feira (3), os desdobramentos das investigações de cinco casos na região da Grande São Pedro, em Vitória.

Foram apurados diversos relatos, no entanto, a maioria deles já foram descartados. De acordo com a polícia, alguns, inclusive, são cópias de boatos que já haviam circulado em outros estados. Em casos concretos, as crianças e pelo menos um dos responsáveis foram ouvidos na delegacia e, quando possível, encaminhadas para a elaboração de retrato falado dos suspeitos.

O primeiro caso apurado aconteceu em 18 de setembro, em Santo André. Segundo a polícia, um homem, em um carro de cor escura, teria chamado um menino de onze anos, dizendo que queria dar alguma coisa a ele. Após ser abordado, o menino saiu correndo do local até encontrar ajuda de desconhecidos.

O segundo, foi dois dias depois, no dia 20 de setembro, em São Pedro. De acordo com o relato, um homem, em um carro de cor preta, teria seguido um menino de 10 anos. o homem teria aberto a porta do carro e chamado o menino para entrar. Ele conseguiu correr e encontrou ajuda.

No dia 25 de setembro, no mesmo bairro, um homem em um veículo azul escuro teria seguido duas meninas de 7 e 12 anos. Elas entraram em casa e, minutos depois, ele teria ido a pé até o portão da residência e pedido para entrar, dizendo que ia "instalar um aparelho". Elas não abriram o portão e o homem foi embora.

No bairro Resistência, no dia 27 de setembro, um homem a pé teria tentado abrir o portão de uma casa para levar um menino de oito meses de idade à força. Ao ser visto pela mãe da criança, o homem teria corrido até entrar em um carro não identificado.

O último caso que está sendo apurado, aconteceu na última semana, no dia 29 de setembro, em Nova Palestina. Um casal em um carro preto teria abordado um menino de cinco anos, que estava brincando na rua. Quando a mãe se deparou com a situação, chamou ele e o veículo deixou o local.

Foto: Rafaela Freitas

Segundo o delegado Érico Mangaravite, tentativas de sequestro não são crimes frequentes, acontecem periodicamente, mas não estão acontecendo somente agora, neste período. Ele destaca que a melhor forma de prevenção é a educação que os pais oferecem aos filhos.

"Há cinco casos em que podem ter ocorrido alguma coisa. São situações que é importante deixar claro que acontecem, não são casos que estão acontecendo só agora. Não é um crime frequente, mas acontece periodicamente isso de um veículo que vê uma criança andando sozinha na rua, aborda a criança e faz uma proposta pra ela. Mas isso não é novidade e, nesse tipo de caso, felizmente, a maior ferramenta que se tem para evitar um mal maior é a educação. Quando a criança sabe que não pode atender a um convite de estranhos, esse crime é evitado e essa situação não tem um desdobramento", esclarece.

Boatos
Com as supostas tentativas, têm surgido muitos boatos nas redes sociais de casos em outras regiões. O mais recente foi publicado em uma página do Facebook no dia 01 de outubro. Segundo a postagem, as tentativas aconteceram nos bairros Flexal 1, Prolar e Porto Belo e os suspeitos estariam agindo em um carro preto. No entanto, segundo a polícia, até o momento não há registro de casos nessas regiões. 

"A gente precisa destacar que essa questão dos boatos têm deixado a nossa delegacia muito preocupada porque eles prejudicam muito a atuação da polícia. Ao apurar um boato, a equipe de investigação deixa de apurar algo que realmente aconteceu. A recomendação que passamos é sempre apurar a origem da informação. Uma informação confiável é uma que é divulgada por um veículo de imprensa conhecido. Se recebeu uma informação, procure naquele veículo de imprensa, no perfil da rede social, verifique o que está sendo divulgado e nos sites oficiais dos órgãos de segurança, da Polícia Civil, Polícia Militar, da Guarda Municipal, porque qualquer informação confiável vai estar ali. A informação confiável não é aquela que chega por WhatsApp", reforçou o delegado. 

Recomendações da Polícia Civil

1. A orientação mais importante é a seguinte: os pais, mães e demais responsáveis pelas crianças devem sempre orientá-las a não aceitar, em hipótese nenhuma, convites ou propostas de pessoas desconhecidas. Ocorrendo qualquer situação suspeita, as crianças devem estar orientadas a procurar ajuda. Imediatamente, os adultos devem entrar em contato com a polícia pelo telefone 190 e, assim que possível, procurarem uma delegacia de polícia para registrar a ocorrência.

2. Outra orientação de grande importância é não repassar informações que não tenham uma origem confiável. Os boatos atrapalham o trabalho da polícia, que perde tempo ao investigar situações que não ocorreram, e geram um sentimento de pânico. Informações confiáveis são aquelas divulgadas nos sites oficiais das polícias e dos veículos tradicionais de imprensa, conhecidos pelo grande público.

3. Qualquer informação deve ser passada para a Polícia Civil, pelos seguintes meios:

• Pela INTERNET: https://disquedenuncia181.es.gov.br/ - permite inclusive o envio de vídeos e imagens.

• Pelo TELEFONE, de forma anônima: 181

• Procurando diretamente a DPCA – Avenida Nossa Senhora da Penha, 2270, Santa Luiza, Vitória/ES – próximo ao DML – Telefone: 3132-1916 e 3132-1917.