Polícia

Remadora resgata tartarugas e raia vítimas de pesca predatória em Vitória. Veja vídeo!

A remadora Bárbara Guimarães foi responsável por salvar a maioria dos animais, já que uma tartaruga não resistiu ao ato criminoso

Breno Ribeiro

Redação Folha Vitória

Três tartarugas marinhas e uma raia-chita foram vítimas da prática de pesca predatória nesta quinta-feira (4), na região dos costões rochosos da Ilha do Boi, no município de Vitória. A remadora Bárbara Guimarães foi responsável por salvar a maioria dos animais, já que uma tartaruga não resistiu ao ato criminoso.

Bárbara realizou o resgate por volta das 6h. Ela conta que estava realizando um treino de canoa havaiana quando passou pelo local e viu tartarugas boiando e se debatendo. "Fiquei muito aflita. Não sabia se eu conseguiria retirar a rede e se elas conseguiriam sobreviver. Sou estudante de oceanografia e instrutora de canoa havaiana, tenho muito contato com o mar. Foi triste passar por isso", diz.

Bárbara revela detalhes de como atuou no resgate dos animais, que durou cerca de uma hora. "Eu resgatei uma, logo em seguida fui para a segunda que, infelizmente, estava morta. Depois fui tentar salvar a maior, mas ela estava com a nadadeira muito presa. Tentei retirar com a mão, com a boca, mas não consegui. Fui até um veleiro e pedi uma faca. Só assim consegui. Havia um membro do Projeto Tamar que me ajudou. Quando estávamos recolhendo a rede, encontramos a raia-chita", comenta.

Bárbara estava realizando um treino de canoa havaiana quando passou pelo local | Foto: Reprodução

O membro do Tamar citado pela remadora é o coordenador do projeto, João Carlos Tomé, mais conhecido como Joca. Ele exaltou a atitude de Bárbara, mas ressaltou que a prática da pesca predatória está cada vez mais comum. Ele cobra que haja mais fiscalização por parte da Polícia Ambiental e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

"Atitudes como a da Bárbara é o que nos encorajam a continuar trabalhando. Infelizmente é comum a pesca predatória. Há embarcações que fazem arrasto com barcos sem iluminação durante a noite para não chamar a atenção. Não há fiscalização. Pescadores têm usado redes com malhas proibidas. O local é maravilhoso, se não tivéssemos isso, haveria muita vida nas águas", reflete Joca.

Fiscalização

Por meio de nota, o Batalhão da Polícia Militar Ambiental informou que realiza fiscalização preventiva e repressiva em todo o litoral capixaba. Inclusive, ao longo dessa semana, somente da Região Metropolitana, o BPMA disse que realizou ações preventivas na foz do rio Santa Maria, baía do Espírito Santo e baía de Vitória, principalmente com foco no período do defeso do caranguejo.

O BPMA ressaltou ainda que tem empenhado esforços e trabalhado fortemente para aumentar a sua presença nas áreas de preservação. De acordo com a polícia, cabe destacar que o número de redes de pesca apreendidas nos últimos anos teve um aumento crescente (em média 30.000 metros de 2011 em diante, com um pico de aproximadamente 90.000 em 2016).

"Apesar do empenho da Polícia Ambiental, que trabalha também em parceria com outros órgãos ambientas, também responsáveis pela autuação desse tipo de crime, como Ibama, IEMA, ICMBio e Capitania dos Portos, é de extrema importância que a população tenha consciência de preservação", disse o BPMA em nota.

Denúncias sobre indivíduos que estejam agindo ilegalmente podem ser feitas por meio do Disque - Denúncia 181 ou pelo disquedenuncia181.es.gov.br, o sigilo e anonimato são garantidos.