Polícia

Tráfico online: criminosos são investigados por usar as redes sociais para vender drogas

A venda de drogas sintéticas pela internet está na mira dos investigadores das Polícias Federal e Civil

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A internet trouxe diversos benefícios para vida cotidiana moderna. Ela possibilitou, por exemplo, conversas por vídeochamada com amigos e familiares que estão longe, pedir comida e transporte por aplicativo, entre outras comodidades. 

No entanto, os criminosos também têm utilizado os benefícios da rede mundial de computadores para cometer crimes. Nas redes sociais, vários são os perfis utilizados para vender drogas sintéticas com preço atrativos.

A produção da TV Vitória/Record TV teve acesso a perfis nas redes sociais que, ao que tudo indica, são administrados por traficantes da Grande Vitória. Nas postagem, os criminosos anunciam produtos com vários preços. 

Os perfis, na maioria das vezes, não são trancados ou privado. Ao contrário, são escancarados para qualquer pessoa ver. Por isso, é preciso que os pais tenham atenção ao que as crianças e adolescentes acessam na internet.

As páginas foram descobertas depois de denúncias que chegaram a Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e de Política Sobre Drogas da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).

Segundo o deputado estadual Danilo Bahiense, a comercialização de entorpecentes por delivery, pela internet, não é algo novo. 

"Nós recebemos essa denuncia da venda indiscriminada de droga, inclusive com controle de qualidade para ver a satisfação do cliente. Passamos as informações para a polícia para que isso seja investigado", disse.

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A venda indiscriminada de drogas sintéticas pela internet está na mira da Polícia Civil. A Denarc de Guarapari, por exemplo, tem realizado diversas prisões de suspeitos envolvidos nesse tipo de negócio ilegal.

O delegado da Denarc de Guarapari, Guilherme Eugênio, explicou que o perfil dos criminosos envolvidos neste tipo de crime é diferente dos que vendem maconha, cocaína, e outras drogas. 

"Essa categoria vem se dedicando a venda de drogas pelas redes sociais para evitar confrontos com aqueles traficantes clássicos, que agem em uma área de territorialidade", explicou.

O delegado regional de investigação e combate ao crime organizado da Polícia Federal, Ivo Roberto Costa da Silva, contou que a produção e a venda de drogas desse tipo sofreu mudanças ao longo do tempo.

"De alguns anos para cá, a gente consegue observar uma produção nacional, principalmente de ecstasy, LSD. Essa produção começa a aparecer exatamente neste estados que apresentam um mercado consumidor mais promissor. Essa droga é produzida parte no país e parte vem do exterior", disse.  

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A Polícia Federal revelou, ainda, que o Espírito Santo é um dos destinos preferidos de traficantes que atuam na venda de sintéticos. De acordo com o delegado, por conta das festas que fazem as pessoas virarem à noite, as drogas conhecidas como "balinhas" são as preferidas dos usuários.

O produto ilícito está nas festas "rave", nos bailes clandestinos e também na casa dos usuários sem levantar suspeitas. As forças de segurança têm cada vez mais infiltrado na internet para chegar até os líderes do esquema.

"A polícia tem tentado se especializar e armar com os recursos disponíveis no mercado para monitoramento de redes sociais, isso tem possibilitado que a gente avance nas investigações deste tipo de crime", frisou Ivo. 

*Com informações do repórter Douglas Camargo, da TV Vitória/Record TV.

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