Polícia

Dois meses após morte de Milena, filhas de médica permanecem sob guarda provisória do tio

Atualmente, as crianças já voltaram para a rotina normal, inclusive, à escola.

A morte da pediatra oncologista Milena Gottardi Tonini Frasson completa dois meses nesta quarta-feira (15). Uma das discussões que ainda prevalecem a respeito do caso é a questão da guarda das duas filhas da médica, que estão sob a guarda provisória do irmão de Milena, Douglas Gottardi Tonini.

De acordo com a advogada Ana Paula Protzner Morbeck, que cuida do caso da guarda, o próximo passo é aguardar a decisão definitiva da Justiça. "Não há previsão para que isso aconteça. É um processo mais longo. Mas, no momento, quem responde pelas crianças é o tio", disse.

Atualmente, as crianças já voltaram para a rotina normal, inclusive, à escola. Assim como todo processo que envolve menores de idade, este caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Espírito Santo.

Relembre o caso

Milena foi baleada na tarde do dia 14 de setembro, no estacionamento do hospital onde trabalhava, em Vitória, e morreu no dia seguinte. De acordo com a testemunha, uma colega de trabalho que estava com Milena no momento do crime, a vítima teria sido atingida por três disparos.

No primeiro mês das investigações do caso, seis suspeitos foram presos pela morte da médica. Entre eles, o ex-marido da vítima, o policial civil Hilário Frasson, e o pai dele, Esperidião Carlos Frasson, acusados de serem os mandantes do crime. 

Relembre todos os passos da investigação no primeiro mês.

No dia 21 de setembro, foi divulgada uma carta registrada em cartório por Milena, em março deste ano, em que ela descrevia as ameaças que sofria do marido. No início de outubro, a polícia confirmou que a carta havia sido escrita por Milena.

Leia a íntegra da carta escrita por Milena.

O inquérito sobre o crime foi concluído pela Delegacia Especializada em Homicídios Contra a Mulher (DHPM) e apresentado no dia 18 de outubro. Na ocasião, o titular da DHPM, delegado Janderson Lube, disse não restar dúvidas sobre os mentores do crime. Autuados por homicídio, eles podem ser condenados a 30 anos de prisão.

Um outro fato que chamou atenção durante as investigações do caso foi a preocupação de Hilário Frasson em receber a pensão da ex-mulher. Uma testemunha contou em depoimento à polícia que dias após o crime, ele esteve no Departamento de Recursos Humanos do Hospital Universitário Cassiano Antonio de Moraes (Hucam) para providenciar o benefício que teria direito.

No dia 27 de outubro, o Ministério Público Estadual (MPES) encaminhou à Justiça a denúncia contra os seis indiciados pela Polícia Civil por participação no assassinato da médica. Além disso, foi pedida a conversão da prisão temporária em prisão preventiva dos seis denunciados, como forma de garantia da ordem pública e da instrução processual. A denúncia foi aceita pela Justiça no dia 1º de novembro. O juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, decretou a prisão preventiva dos acusados na mesma data.

Na última quarta-feira (08), a defesa da família da médica protocolou uma petição, no Ministério Público, para que o ex-marido dela, o policial civil Hilário Frasson, seja transferido para um presídio federal. Na mesma noite, ele foi transferido para o Complexo Penitenciário de Viana.

O policial civil também teve um agendamento feito no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para requerer, em favor das filhas, pensão por morte da própria vitima. De acordo com um documento obtido com exclusividade pela TV Vitória, na quinta-feira (9), o atendimento foi agendado para a última quarta-feira (8), às 09h15, na sede do INSS, no bairro Monte Belo, em Vitória.

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