Polícia

Casal é suspeito de agiotagem em esquema milionário de extorsão no ES

Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos contratos no valor de R$ 5 milhões, dois veículos, documentos, dinheiro, armas e celulares

Foto: Reprodução TV Vitória
Laís Cesconeti (à esquerda) e Wamerton Ramos Dantas, conhecido como “Átila” (à direita), movimentavam aproximadamente R$ 15 milhões anualmente desde 2021

Um casal de São Mateus, no Norte do Espírito Santo, suspeito de agiotagem foi indiciado por extorquir e perseguir vítimas, além de movimentar aproximadamente R$ 15 milhões por ano desde 2021. Um deles foi preso no dia 1º, durante a Operação Aggio, e contratos no valor de R$ 5 milhões foram apreendidos.

Junto com os documentos, a polícia também apreendeu dois veículos, documentos, dinheiro em espécie, armas e celulares. 

A polícia rastreou mais de mil transações em criptoativos e 23 contas bancárias foram bloqueadas. 

De acordo com o titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus, delegado José Eustáquio, Wamerton Ramos Dantas, conhecido como “Átila”, e Laís Cesconeti utilizavam uma empresa de fachada para operar as extorsões, que movimentava 214 vezes mais do que a receita declarada.

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“A empresa de fachada chamou a atenção por movimentar 214 vezes mais do que declarava. As vítimas apresentavam propriedades, imóveis e veículos como garantia das dívidas decorrentes da agiotagem. Quando não havia o pagamento, eles praticavam ameaças graves, e perseguiam as vítimas na residência e nos locais que elas frequentavam”, explicou o delegado.

Wamerton foi detido em um carro blindado avaliado em R$ 200 mil, portando uma arma de fogo da qual não tinha posse. Ele foi indiciado pelos crimes de lavagem de capitais com causa de aumento, usura e extorsão. 

Laís foi indiciada por lavagem de capitais com causa de aumento, usura e pela utilização de criptoativos.

O delegado afirma que enquanto estava na delegacia, Wamerton mandou uma foto para uma das vítimas, dizendo que um boletim de ocorrência nunca ia pará-lo.

“O suspeito foi ouvido na delegacia e, na oportunidade em que foi interrogado, mandou uma foto com visualização única para uma das vítimas, dizendo que um BO nunca ia pará-lo”, contou.

Ainda de acordo com o delegado, o homem estava à frente do esquema e a mulher tinha participação e se beneficiava de todo o dinheiro.

“Ele que efetivamente estava à frente do negócio. Ela tinha uma participação, tinha consciência e se beneficiava de todo o dinheiro. A polícia entendeu que não era o caso de pedir a prisão dela porque ela não oferece risco nesse momento”, afirmou.

Veja o material apreendido durante a operação:

Operação Aggio
divulgação SESP
Operação Aggio
divulgação SESP
Operação Aggio
divulgação SESP
Operação Aggio
divulgação SESP
Operação Aggio
divulgação SESP
Operação Aggio
divulgação SESP

Idosa procurou polícia após sofrer ameaças dos agiotas

O delegado contou também que as investigações começaram em julho de 2024, após uma idosa procurar a polícia. Ela afirmou que estava extremamente abalada psicologicamente, falando que os agiotas a estavam perseguindo em sua casa e nos locais que ela frequentava.

“O modus operandi dos indiciados era emprestar o dinheiro, confeccionando contratos simulados de compra e venda, que seriam garantias deste empréstimo. Eles colocavam bens móveis e imóveis como garantia dos falsos contratos”, explicou.

Duas vítimas foram identificadas até o momento. Durante as investigações, a polícia identificou a empresa de fachada que movimentava valores incompatíveis com o faturamento, e que não tinha sede física.

Veja o momento em que o casal é interceptado pela polícia: 

Os policiais identificaram que a empresa estava localizada em um prédio residencial, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão. A polícia apreendeu anabolizantes no local, que eram de uso pessoal dos suspeitos.

O delegado afirma ainda que os empréstimos eram realizados dentro do escritório de uma construtora, utilizada pelos suspeitos para lavagem de dinheiro.

“Eles operavam no prédio residencial, e na construtora, que executava alguns negócios imobiliários, mas era utilizada paralelamente para lavagem de dinheiro. Essa construtora não tinha funcionários, e durante as buscas, apreendemos munições no local”, disse.

O Folha Vitória não conseguiu localizar as defesas de Wamerton e Laís. O espaço está aberto para as devidas manifestações.