Chefes do tráfico de Vitória são presos em operação policial
Lideranças do Morro do Cruzamento, do Morro do Macaco e de uma região conhecida como Predinhos foram detidas durante a segunda fase da Operação Sicário, que aconteceu nesta quinta e sexta-feira
A segunda fase da Operação Sicário, que aconteceu nesta quinta e sexta-feira (17), prendeu lideranças ligadas ao tráfico de drogas e desmontou um esquema de suborno envolvendo provedores de internet.
O secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, disse que além das prisões realizadas, existem mandados de prisão em aberto para outras lideranças criminosas no Estado.
"Foram presos os responsáveis pelo tráfico de drogas no Morro do Cruzamento, no Morro do Macaco e de uma região conhecida como Predinhos. São pessoas que trazem terror para comunidades em situação de vulnerabilidade social", afirmou.
O secretário disse ainda que foram apreendidas seis armas de fogo, três veículos, R$48 mil, drogas e munições.
No total, 28 pessoas suspeitas de ligação com grupo criminoso de Vitória foram presas. Além da Capital, mandados foram cumpridos nos municípios de Cariacica e Serra.
LEIA TAMBÉM:
>> VÍDEO | Em dois dias, 28 são presos no ES em operação da polícia contra crime organizado
>> VÍDEO | Combate ao crime organizado: 13 presos durante operação conjunta em Vitória
A ação reuniu policiais da Superintendência de Polícia Especializada (SPE), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Gerência de Inteligência da SESP, Polícia Militar (PMES), Secretaria de Justiça (Sejus), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAer).
Irmãos responsáveis por esquema criminoso continuam foragidos
Apesar do sucesso da operação, três irmãos responsáveis por comandar um esquema criminoso envolvendo provedores de internet estão foragidos.
Luan Gomes Faria, conhecido como "Camu", Bruno Gomes Faria, conhecido como "Nono" e Gabriel Gomes Faria, conhecido como "Buti", atuam sob a bandeira do Terceiro Comando Puro (TCP), organização criminosa do Rio de Janeiro, onde estão foragidos.
O delegado Romualdo Neto explicou que os três homens são conhecidos como "irmãos Vera", e que realizavam um esquema criminoso conhecido como "gatonet".
LEIA TAMBÉM: Advogada está entre as 13 pessoas presas durante operação de combate ao crime organizado no ES
"Os provedores de internet que atuam principalmente nos bairros Itararé e Tabuazeiro eram coagidos a entregar dinheiro para os 'irmãos Vera", como uma espécie de pedágio. No Rio de Janeiro, as organizações criminosas têm seus próprios provedores de internet, mas aqui, esses criminosos extorquiam trabalhadores", explicou.
Durante a operação, um homem que cobrava as propinas do esquema criminoso também foi preso.
24 foram presos na primeira fase da Operação Sicário
Na primeira fase da operação, 24 pessoas foram presas e 19 indiciadas. Todos são integrantes da principal organização criminosa em atuação no Espírito Santo, autodenominada Primeiro Comando de Vitória (PCV).
De acordo com a Polícia Civil, a organização criminosa tem sede na região do Território do Bem, no Bairro da Penha e adjacentes, e surgiu em 2010.
Na ocasião, durante um trabalho de inteligência prisional, um bilhete foi apreendido em uma unidade prisional, com o suposto estatuto que marcaria a criação da organização.
Análises do Ciate identificaram que esse grupo criminoso se articulou com o passar dos anos, mesmo com o intenso trabalho do combate ao tráfico de drogas na localidade, tendo em vista que todas as lideranças estão presas.
Entre as principais áreas de atuação do grupo estão os bairros Itararé, Bonfim, Bairro da Penha e São Benedito. As investigações apontam que há, ainda, ramificação por diversos municípios do Espírito Santo.
Perfil do tráfico de drogas do Espírito Santo
- Adolescentes e jovens com faixa etária entre 12 e 28 anos;
- perfil agressivo;
- desestrutura familiar;
- afastamento das escolas;
- sem perspectiva de ingresso no mercado formal de trabalho;
- briga por expansão territorial por conta da alta demanda de consumo;
- alta circulação de armas de fogo, principalmente de fora da país;
- compra nos países vizinhos e distribuição no Espírito Santo;
- elevado poder bélico.
LEIA MAIS: Suspeito de falsificar dinheiro é preso com mais de R$ 71 mil em notas falsas no ES