Polícia

Mais de 250 militares tem "pena diminuída" após participação em paralisação da PM

Os policiais respondiam à processos que poderiam acarretar em expulsão e agora respondem à procedimentos cuja pena máxima é de prisão por 30 dias

O Comandante-Geral da PM explica o "abrandamento" das punições Foto: TV Vitória

Dos mais de 2500 policiais militares que respondem à inquérito no Espírito Santo após a paralisação da corporação no mês de fevereiro, 280 tiveram o procedimento administrativo "abrandado" após publicação no Boletim Geral da PM (BGPM) da última quarta-feira (12). Os militares respondiam à Processos Administrativos de Rito Sumário (PAD-RS), que tem como pena máxima a exclusão, e passam a responder à  Processos Administrativos de Rito Ordinário (PAD-RO, cuja maior punição é a prisão de 30 dias na corregedoria.

O comandante geral da PM, Coronel Nylton Rodrigues, revelou que a maioria dos militares que receberam o abrandamento integrava a extinta Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam). Ele disse ainda que  40 agentes passam a responder à PAD-RS. "Desses 40, alguns já respondiam e continuam respondendo procedimentos de rito ordinário, mas temos robustez de provas que os ligam ao movimento infeliz e trágico para todos", explicou o coronel. 

Rodrigues apontou ainda que o "abrandamento" dos procedimentos contra os 280 policiais se deve à investigações constantes e individualizadas relativas ao movimento de paralisação. "Quando instauramos os primeiros PAD-RO começamos toda uma investigação e eu orientei a nossa corregedoria a individualizar as condutas para que cada um responda àquilo que ele fez, que é o justo, é o certo. Essas investigações nos possibilitaram realizar isso".

Os policiais corriam risco de expulsão e agora passam a ter pena máxima de prisão, mas o comandante-geral não acredita que isso possa prejudicar uma eventual volta dos militares às ruas do Espírito Santo. Na visão do comandante, os procedimentos apenas mostram aos policiais que a justiça está sendo feita.

"O policial que estava em PAD-RO e vai para o PAD-RS é um policial que não teve uma conduta de liderança, não teve uma conduta agressiva, respondeu à chamada. Num primeiro momento ele pode ter cometido um erro, mas se refez. Ele percebe que só vai perder o emprego aquele que merece".

"Provas robustas"

Já sobre os 40 policiais que tiveram a pena aumentada ou uma nova pena em Rito Sumário, o coronel explicou que existem provas documentais, como relatórios feitos pelos comandantes, além de imagens e áudios captados até mesmo de redes sociais. "São provas robustas que nos permitem punir aqueles que realmente merecem", finalizou.

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