Polícia

Mudança de regras para promoção de policiais militares é um avanço, diz comandante da PM

Para o coronel Nylton Rodrigues, o atual tempo de formação de soldado, de seis meses, é insuficiente para uma qualificação adequada

O comandante-geral da Polícia Militar do Espírito Santo, coronel Nylton Rodrigues, comemorou a aprovação das novas regras de promoção de policiais militares, ocorrida nesta quarta-feira (12). Segundo ele, a nova lei significa um avanço para a instituição, no sentido de preparar ainda mais os policiais que atuam na segurança pública no Estado.

Uma das mudanças é com relação ao tempo de formação do soldado, que antes era de seis meses e, com a nova regra, passa para quase dois anos - sendo um ano na academia e um ano estagiando nas ruas. Para Rodrigues, o atual tempo de formação dos militares não é suficiente para uma qualificação adequada do policial.

"Essa missão de ser policial militar, de proteger a nossa terra, a nossa gente, o nosso povo, é uma missão complexa. Não é fácil ser policial militar. O último curso de formação de soldado foi de quatro meses e meio e nós entendemos que não conseguimos preparar com qualidade num período tão curto. Polícia Militar é uma instituição militar. Então, além de se passar para aquele aluno conhecimentos técnicos e táticos do policial, nós temos que inserir nele também valores da nossa instituição", destacou o comandante, durante entrevista para o programa Fala Espírito Santo, da TV Vitória/Record TV.

O coronel, no entanto, considera que a atual tropa da Polícia Militar é suficientemente qualificada para atender às demandas. "Não acredito que exista um despreparo [por parte dos policiais militares], mas eu acredito que nós possamos avançar ainda mais na nossa profissionalização e na qualidade de formação, até porque a sociedade nos exige isso. Os nossos policiais são excelentes, são excepcionais, são heróis. É uma tropa corajosa, nobre, que enfrenta o crime. Mas, como tudo avança, nós temos que avançar também na formação", frisou o comandante.

E não são só os praças (PMs combatentes, músicos ou auxiliares de saúde) que terão sua formação alterada pela nova lei. Para se tornar oficial (capitão, primeiro e segundo-tenente), o policial precisará passar por um curso específico.

"Nós temos duas carreiras na polícia: carreira de praças e carreira de oficiais. Quando o subtenente é promovido a tenente, existe uma transposição de carreira e nós não tínhamos curso nenhum nesse momento. Com essa nova lei, nós temos agora o CHOA, que é o Curso de Habilitação de Oficiais da Administração. Para se ter uma ideia, o único estado desse país que não tinha esse curso para subtenente passar para a carreira de oficial era o Espírito Santo. São Paulo e Minas têm esse curso há 40 anos e nós não tínhamos até hoje. Então, na verdade, nós atualizamos o nosso processo de promoção", destacou Nylton Rodrigues.

Promoção

Outra mudança que será promovida pela nova lei é com relação ao critério de promoção dos militares, que deixará de ser por tempo de serviço e passará a ser por meritocracia.

"O que fizemos foi equilibrar o critério da antiguidade com o critério do mérito, que é um princípio moderno da administração, utilizado nas principais empresas e nas grandes instituições. Esse critério do mérito vem valorizar aquele bom policial, vem fazer justiça. Antiguidade é importante, mas ela tem que estar acompanhada do mérito. E quando a gente equilibra antiguidade e mérito, nós estamos privilegiando o bom policial", ressaltou o comandante da PM.

Associações

Sobre a alegação das associações que representam os policiais militares no Espírito Santo, de que a mudança na regra as pegou de surpresa, Nylton Rodrigues garante que todas essas instituições foram ouvidas antes da formulação da proposta.

"Nós fizemos cinco reuniões com todas as associações. Foram reuniões longas, de 5 ou 6 horas cada uma, por cinco oportunidades. Inclusive, temos atas dessas reuniões. Então nós abrimos a informação, discutimos, atendemos vários pedidos das associações. Aquele que fala que não houve qualquer tipo de conversa, não está falando a verdade", afirmou.



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