Polícia

Ex-namorado confessa assassinato de universitária em Cachoeiro

Girley Gomes de Araújo teve a prisão temporária decretada pela Justiça na última segunda-feira (21) e será indiciado por feminicídio qualificado pela emboscada. Se condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão

Um comerciante de 30 anos foi preso na tarde desta quinta-feira (24) ao se apresentar à Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Girley Gomes de Araújo confessou ter assassinado a tiros a universitária Fernanda Costabeber da Silva, de 30 anos, na última quinta-feira (17), na garagem de sua residência, no bairro Paraíso, em Cachoeiro. Ele é ex-namorado da vítima.

De acordo com o delegado Guilherme Eugênio, responsável pelas investigações, a Justiça de Cachoeiro decretou a prisão temporária de 30 dias de Girley na última segunda-feira (21). “Ele nos entregou a arma usada no crime, um revólver calibre 38. O advogado dele tomou conhecimento do mandado de prisão e pediu um dia para que ele pudesse se despedir dos familiares, antes de se apresentar”, explica.

Em depoimento, Girley contou à polícia que chegou a morar junto com Fernanda durante cinco meses. “Não gosto de inquérito como esses, que não tenho nada além da versão do autor para apontar a motivação, mas ele descreve que Fernanda era acompanhante e ele teria contratado seus serviços há menos de um ano. E ao longo do tempo, se apaixonou por ela e disse que foi recíproco, e foram morar juntos. Posteriormente, sem dinheiro para manter o padrão de vida que ela exigia, ele foi posto para fora de casa, e passou a enfrentar dificuldade financeira”, conta.

Depois de cinco meses do fim do relacionamento, Girley procurou Fernanda, na véspera do dia do crime, para pedir dinheiro. “Ele pediu o dinheiro com a suposta intenção de tratar sua dependência química, uma vez que ele é viciado em cocaína. Com a recusa da vítima em ajudá-lo, ele decidiu pela morte dela”, continua Eugênio.

Girley foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro e será indiciado por homicídio qualificado pela emboscada. Segundo o delegado, se condenado, ele pode pegar de 12 a 30 anos de prisão pelo crime.

Assassinato

Fernanda foi assassinada com quatro tiros na cabeça a curta distância, quando chegava em sua asa ao retornar da faculdade. Testemunhas contaram à polícia, que ela foi abordada pelo suspeito quando abria o portão da garagem para guardar o carro. “Uma testemunha ouviu e viu o Girley agredindo a vítima e ela pedindo para ele não bater. Em seguida, ele a agrediu com a arma e ela gritou para não matá-la. Logo em seguida, os vizinhos ouviram os quatro tiros. Ele tentou dar o quinto, mas a bala picotou”, explica o delegado.

Ainda no depoimento, Girley reclamou do alto padrão de vida de Fernanda. “Ele disse que ela continuava trabalhando como acompanhante, mas que os gastos eram muito altos. Foi apurado que os gastos mensais da vítima eram de R$ 15 mil para manter seu padrão de vida. Para ele, ela o levou à falência e não o ajudou quando precisou”, completa Eugênio.

Após o crime, Girley dormiu em uma construção próximo à casa da vítima. O caso será concluído na próxima semana e encaminhado à Justiça.

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