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Polícia confirma que carta registrada em cartório é da médica Milena Gottardi

Médica, assassinada no último dia 14, registrou o documento em cartório, no dia 5 de abril deste ano

A polícia confirmou, nesta segunda-feira (02), que a carta registrada no cartório, no último dia 5 de abril, foi realmente escrita e assinada pela médica Milena Gottardi Tonini Frasson, morta a tiros no dia 14 do mês passado. A confirmação se deu após a conclusão do laudo grafotécnico, expedido pelo departamento de criminalística da Polícia Civil.

Para obter os resultados, o departamento fez o confronto dos padrões da carta com as fichas assinadas pela vítima no cartório, onde realizou o registro do documento, no mesmo dia em que ele foi escrito - e, também, com as anotações escritas em um caderno que foi apresentado pela família da médica.

De acordo com a Polícia Civil, o assassinato da médica segue sob investigação e outras informações serão divulgados quando o inquérito for concluído. O prazo para sua conclusão é de 30 dias, contados a partir da prisão de Dionathas Alves Vieira, apontado como o executor do crime, podendo ser prorrogado por mais 30.

A carta

Na carta, Milena Gottardi contou que sofria ameaças do ex-marido, o policial civil Hilário Frasson, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato. No documento, ela explicou que se sentia refém dentro da própria casa e que a relação deles sempre foi de posse.

Veja a carta na íntegra!

"Me sinto uma refém dentro da minha própria casa. Está insuportável! Não quero brigar com ele, mas também não consigo ter uma conversa, um diálogo. Ele não permite isso", destacou. Ela também disse que "ele sempre demonstrou muita obsessão a minha pessoa, mesmo antes do namoro".

A médica também afirma que temia pela vida das duas filhas, uma de nove anos e outra de um ano e dez meses. Além disso, ela já pensava na possibilidade de ser morta. "Tenho medo que essa agressividade verbal se concretize em atitudes. Temo em ele tirar sua própria vida e como vemos em muitos casos tirar a minha vida também. Poderia ir na delegacia e relatar meus temores, mas não quero prejudicá-lo. Desejo muito que a situação seja resolvida pacificamente", explicou na carta.

Milena também expressou o desejo de que, se acontecesse algo com ela, as filhas ficassem com o irmão e a mãe dela. "(...) se Hilário Antônio Fiorot Frasson me matar e pode ser que tente se matar também, eu desejo que as minhas filhas (...) fiquem sob guarda do meu irmão Douglas Gottardi Tonini com a supervisão da minha mãe Zilca Maria Gottardi Tonini porque assim ficarei em paz. Sei que eles tem plena condições de seguir com os ensinamentos e afeto para com as minhas filhas da forma que eu mesma faria", afirmou a médica.

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