Polícia

Cerco eletrônico deve flagrar criminosos em 48 pontos de Vitória a partir de 2018

Ao todo, serão implantadas 100 câmeras com reconhecimento ótico de caracteres, capazes de identificar todos os veículos que passarem pelos pontos de barreira

Pela terceira vez em dois anos, a Prefeitura de Vitória promete realizar um cerco eletrônico, por meio de câmeras de segurança, para coibir crimes na capital. O sistema eletrônico de monitoramento de veículos será implantado pela administração municipal em 48 diferentes pontos da cidade, chamados de barreiras eletrônicas.

Ao todo, serão implantadas 100 câmeras com reconhecimento ótico de caracteres, capazes de identificar todos os veículos que passarem pelos pontos de barreira. A previsão é de que o sistema esteja em funcionamento já no primeiro trimestre de 2018.

"O cerco eletrônico tem um software muito sofisticado, que permite o cruzamento de dados e permite que as placas de veículos que estão próximos a locais de crimes comecem a ser identificadas. Tudo isso vai dar a quem tem a competência legal para investigar uma ferramenta que não tem hoje. Então a inteligência por trás desse software vai ser o grande diferencial do cerco eletrônico em Vitória", ressaltou o secretário municipal de Segurança, Fronzio Calheira.

Todas as sete entradas e saídas do município serão contempladas, assim como as ligações entre a área continental e a ilha. A cidade será dividida em cinco grandes setores e os veículos serão visualizados por câmeras sempre que entrarem em uma das áreas. Os pontos de barreiras serão implantados em locais estratégicos e que ligam as diferentes regiões da cidade.

Segundo Calheira, a ideia é que ninguém entre ou saia da cidade sem ser monitorado. O secretário explica que o sistema será utilizado para o combate ao roubo de carros e a todos os tipos de crimes que envolvem a utilização de veículos.

"O roubo e furto de veículo é o tipo de crime que vai ter o maior impacto por conta da implantação do cerco eletrônico, mas nós acreditamos que outros tipos de crime também vão ter redução, porque a ferramenta permite uma investigação sobre outros tipos de delitos. O crime anda de carro, o crime é motorizado", afirmou.

O novo sistema, que terá o custo de R$ 2,4 milhões por ano, também será compartilhado com a Polícia Militar. O comandante do 1º Batalhão da PM, tenente-coronel Augusto Picoli, responsável pelo policiamento de Vitória, acredita que o sistema vai mudar a forma de combater crimes na capital.

"É uma atividade de inteligência que vai nos apontar locais, horários, veículos e indivíduos que fazem uso desses meios de transporte de forma ilícita e criminosa. Então isso para nós é um apontamento extremamente favorável, para que nós possamos prestar o melhor serviço para o cidadão em Vitória", destacou o comandante.

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O mesmo cerco eletrônico já foi anunciado outras duas vezes em vitória: uma em 2015 e outra em abril deste ano. No entanto, dessa vez, a empresa que vai fornecer os equipamentos já está contratada e a previsão é que o sistema esteja operando até março do ano que vem. 

Segundo o prefeito Luciano Rezende, o cerco eletrônico não saiu do papel antes porque a cidade precisava passar por adequações. "É um sistema que dependeu de uma série de acertos de licitação, de mudança de característica no sistema de inteligência da cidade, para que essas informações pudessem circular através de fibra ótica e de instalação na cidade, que está se preparando cada vez mais para usar toda tecnologia disponível", ressaltou o prefeito.

"Nós estávamos esperando conseguir as condições para poder montar esse sistema na cidade há muito tempo. Trata-se de um cerco eletrônico onde foi instalado em cidades com área territorial aberta, com muitas entradas e saídas, com resultado de até 50% ou mais de redução de algumas ocorrências, como carros roubados", completou Luciano Rezende.

Como funciona

O sistema registra a foto de todos os veículos que passarem pelas barreiras e as placas são "lidas" pelo equipamento, que armazena a informação na base de dados. Caso haja uma restrição de furto ou roubo ou mesmo um indicativo de suspeita emitido pelas forças de segurança, será disparado um alerta na Central de Videomonitoramento da Guarda Civil Municipal.

Os operadores da central repassarão todas as informações do carro, tais como trajeto, cor e modelo, ao Ciodes, que solicitará a abordagem pelas equipes da Guarda ou da Polícia Militar.

Clonagem

O programa também emitirá alertas automáticos quando reconhecer incongruências espaço-temporais, como registros de uma mesma placa aparecendo em pontos distantes, em um curto espaço de tempo, ou uma mesma placa sendo visualizada ao mesmo tempo em locais diferentes.

Nos dois casos, há indício de clonagem do veículo e o sistema indicará às forças de segurança a localização estimada do veículo clone para abordagem. A inteligência artificial poderá reconhecer ainda diferenças grosseiras, como motos utilizando placas de carros e até mesmo veículos do mesmo modelo, mas com cores diferentes da indicada pelo sistema nacional.

Veículos suspeitos

Mesmo sem a identificação da placa, veículos suspeitos poderão ser buscados por meio da análise dos dados. É possível, por exemplo, buscar o histórico de trajetos e os dias e horários de determinado carro que esteja envolvido em assaltos, no qual só se saibam a cor, o modelo ou somente partes das letras e números que compõem a placa.

Com as informações do sistema, as forças de segurança poderão fazer buscas orientadas para um veículo específico, com foco na região mais acessada e horário mais utilizado nos deslocamentos.

Integração

O cerco eletrônico será interligado ao Ciodes, ampliando a integração da Guarda com as forças de segurança estaduais, e também às delegacias especializadas que tiverem interesse em utilizar a ferramenta.

Faixas exclusivas para ônibus

Além dos pontos de barreira, as faixas exclusivas para ônibus também receberão o sistema e indicarão possíveis veículos suspeitos que trafegarem pela faixa.

Dados de trânsito

A enorme quantidade de informações registradas pelo equipamento também poderá subsidiar o município em ações de intervenções viárias e análise comportamental do fluxo de veículos, como origem e destino dos deslocamentos dentro da cidade, e permitir a contagem dos carros por horários e pelos setores da cidade.



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