Polícia

Novo laudo aponta que mãe do menino Bernardo foi assassinada

Novo laudo aponta que mãe do menino Bernardo foi assassinada Novo laudo aponta que mãe do menino Bernardo foi assassinada Novo laudo aponta que mãe do menino Bernardo foi assassinada Novo laudo aponta que mãe do menino Bernardo foi assassinada

Porto Alegre – O advogado Marlon Adriano Balbon Taborda pediu à Justiça a reabertura da investigação da morte da mãe do menino Bernardo Boldrini, Odilaine Uglione, com base em análise do processo feita por peritos particulares contratados pela família. A alegação é de que, ao contrário do que concluiu a investigação policial, Odilaine não se suicidou, mas foi assassinada dentro da clínica do marido, o médico Leandro Boldrini, de quem estava se separando, em fevereiro de 2010.

A morte de Odilaine foi o primeiro ato de uma tragédia familiar. Logo depois, Boldrini casou-se novamente, com a enfermeira Graciele Ugulini. Em abril deste ano, Bernardo, filho do primeiro casamento, foi encontrado morto em um buraco cavado em um matagal de Frederico Westphalen, a 80 quilômetros da casa onde vivia com o pai e a madrasta, em Três Passos. Boldrini, Graciele e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz estão presos e respondem a processo por crimes como planejamento ou execução do assassinato e ocultação de cadáver.

A morte de Bernardo, que tinha 11 anos, reacendeu na avó, Jussara Uglione, mãe de Odilaine, o desejo de esclarecer de vez o que houve com a filha, já que sempre desconfiou da conclusão do inquérito que apontou suicídio. Na primeira tentativa de reabrir o caso, o advogado alegou que, conforme o laudo pericial, o cadáver tinha vestígios de pólvora na mão esquerda, enquanto Odilaine era destra, e lesões no antebraço direito e lábio inferior. Por entender que não havia prova nova, o juiz da comarca de Três Passos, Marcos Luís Agostini, negou o pedido em julho deste ano, sustentando que a própria perícia havia explicado que a mão esquerda, na qual a pólvora foi encontrada, não segurava a arma, mas auxiliava a direita, e as lesões relatadas haviam sido provocadas por punções feitas no hospital, na tentativa de salvar a mulher.

Os peritos particulares, da empresa Sewell, de São Paulo, apontaram contradições que levaram Taborda a pedir novamente a reabertura da investigação. “O laudo afirma que ela foi vítima de arma de fogo disparada por terceiro, que o tiro não foi disparado por arma encostada ao corpo, mas à queima-roupa”, diz o advogado. Com base nas informações dos peritos, Taborda também demonstra convicção de que haveria alguma marca de pólvora na mão direita e de que a trajetória da bala, na cabeça, seria diferente se Odilaine tivesse efetuado o disparo. A polícia continua assegurando que não há prova nova que justifique outra investigação. A Justiça deve decidir em 30 dias se aceita ou rejeita o novo pedido.