
Uma nutricionista sofreu um golpe após contratar os serviços de um marceneiro para entregar móveis planejados no consultório em que ela atende, em Vila Velha.
O contato entre a vítima e o suspeito aconteceu após a nutricionista pedir recomendações a um arquiteto, que lhe aconselhou a contratar os serviços do suposto golpista, identificado como Ueslei dos Santos Silva.
Segundo a nutricionista, os dois trocaram mensagens e não havia nada que pudesse fazê-la suspeitar que se tratava de um golpe.
“Ele parecia ser super de confiança, respondia todas as mensagens, em momento nenhum desapareceu enquanto a gente estava conversando, antes do prazo chegar. Antes disso estava tudo ok, por isso que nunca desconfiei”, contou a vítima, que não quis se identificar.
Ela conta que o serviço foi orçado em R$ 35 mil e um depósito em adiantamento foi feito ao suspeito.
Apesar da contratação do serviço, o homem simplesmente não entregava nenhuma das peças encomendadas pela nutricionista, que afirmou ter descoberto que o caso se tratava de um golpe quando o suspeito simplesmente parou de responder às suas mensagens.
“A gente percebeu que tinha caído no golpe, de fato, quando ele não atendia aos prazos. Ele sempre dizia: vou entregar na semana que vem, dia 10, por exemplo, chegava ao dia e tinha sempre uma desculpa, desde acidente a dizer que alguém da família morreu. Depois a gente descobrir que não era verdade, e foi só postergando. Todos os dias tinha uma desculpa, até ele parar de responder também”, relatou.
Serviço foi entregue por outro marceneiro
Antes de contratar o suspeito, a nutricionista havia feito um orçamento com outro marceneiro. Ela precisou recontratá-lo após ser vítima do golpe, mas como o prazo para a entrega dos produtos era apertado, o profissional precisou cobrar um valor mais elevado.
De acordo com a vítima, ela precisou pagar pelo serviço 40% mais caro e, por conta disso, acabou desembolsando quase R$ 100 mil.
“Inicialmente, eu tinha feito o pedido com ele, porque o valor estava menor do que com o anterior. Quando virou o ano, eu tive que pagar mais ou menos uns 40% a mais do que eu pagaria a ele. Então, um projeto que eu gastaria uns R$ 35 mil, paguei quase R$ 100 mil. Eu paguei uma parte e o golpista não entregou, porque o combinado era pagar uma parte de forma adiantada e depois pagar o restante na entrega”, contou.
A vítima denunciou Ueslei à polícia e ele chegou a combinar com a nutricionista que faria o ressarcimento do valor repassado.
Ele afirmou que havia gastado o dinheiro enviado pela vítima, pois teve emergências familiares, mas que faria os pagamentos mensalmente até quitar toda a dívida, o que não aconteceu.
“Suspeito é estelionatário”, diz delegado
Segundo o delegado Carlos Vitor Almeida, responsável pela investigação, as ações do suspeito configuram crime de estelionato, uma vez que ele aceitou o contrato da vítima já com a intenção de aplicar-lhe um golpe.
“A gente foi atrás do marceneiro e ele, de fato, confirmou que não cumpriu com o que foi acordado e que ele devolveria esse valor, mas também não foi devolvido. Ou seja, ele continuou ludibriando a vítima. Quando o autor é habitual nesse tipo de conduta, entendemos que já é considerado estelionato, porque ele já age de má fé”, disse.
Ainda segundo ele, esta não é a primeira vez que o suspeito comete este tipo de crime, já que existem registros contra ele desde o ano de 2017.
A denúncia contra o suspeito já foi enviada ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES), de acordo com o delegado.
*Com informações da repórter Thainara Ferreira, da TV Vitória/Record