Foto: Instagram/ Reprodução
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Na madrugada desta sexta-feira (12), a Polícia Civil do Espírito Santo deflagrou a Operação Luxúria para cumprir três mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão, além de bloqueio de bens e valores e afastamento de sigilo financeiro. O alvo era um grupo criminoso suspeito de extorquir vítimas e movimentar mais de R$ 600 mil em seis meses.

Uma mulher foi apontada pela investigação como líder da organização criminosa. Camila Francis da Silva e o marido, identificado como Washington Henrique dos Passos, foram presos no bairro Aparecida, em Colatina.

Imagens e fotos das redes sociais mostram um mundo repleto de luxo e ostentação: marcas de grife, viagens para Dubai, bolsas e perfumes importados. Mas, a Polícia Civil identificou que Camila e os comparsas eram financiados pelas vítimas de extorsões.

Na casa, foram encontrados diversos itens de luxo, como relógios, óculos, perfumes importados, valores em espécie e um veículo avaliado em R$ 120 mil. Todo o material foi documentado e servirá como base para a investigação.

A Polícia Civil também informou que, uma terceira suspeita, de 40 anos, foi localizada e presa no bairro Mário Gilrizato, em Colatina. Os presos serão encaminhados ao sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça.

Durante a investigação foram identificadas vítimas em mais de dez municípios diferentes do Estado. Somente no Espírito Santo, entre 15 e 20 pessoas foram alvo de Camila Francis.

Mulher atraia vítimas em sites de encontros

Segundo o delegado Erick Lopes Esteves, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Vila Valério, Camila mantinha inicialmente perfis em sites de encontros, onde atraía as vítimas. Em seguida, iniciava as extorsões.

Ameaçando ‘acabar com a vida delas’, expor contatos para familiares e, em alguns casos, enviando vídeos de pessoas sendo executadas para intimidar.

Delegado Erick Lopes Esteves, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Vila Valério

Durante a operação, também foi realizado o de bloqueio de bens, valores e afastamento de sigilo financeiro, contra o grupo criminoso suspeito de extorquir as vítimas.

O delegado também descreveu que o valor era totalmente incompatível com a realidade financeira dos suspeitos, na qual um dos investigados é beneficiário do programa Bolsa Família.

Durante a ação, diversas contas de terceiros eram abertas para receber os valores extorquidos, além de contratos de empréstimo utilizados para ocultar a movimentação ilícita.

A investigada apontada como líder não possuía trabalho formal, mas ostentava fotos e vídeos em viagens a locais como Dubai, Maragogi, Jericoacoara e outros destinos. Mais recentemente, ela financiou cirurgias plásticas para a filha com dinheiro proveniente das extorsões.

Delegado Erick Lopes Esteves, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Vila Valério

O que diz a defesa dos envolvidos?

Por meio de uma nota, encaminhada ao Folha Vitória, a defesa de Camila e Washington, realizada pelo advogado Anderson Aldori, informou que está em contato com o delegado responsável pelo caso envolvendo a cliente.

Nossa prioridade imediata é garantir o acompanhamento legal do interrogatório e ter acesso integral aos documentos do inquérito policial. Só a partir dessa análise minuciosa poderemos entender de fato a natureza e o escopo exato das acusações formuladas pela investigação.

Anderson Aldori, advogado.
Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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