Ação foi realizada em seis estados, incluindo o ES, e no DF nesta segunda. Foto: Divulgação/PCRS
Ação foi realizada em seis estados, incluindo o ES, e no DF nesta segunda. Foto: Divulgação/PCRS

Uma operação investiga um grupo especializado no tráfico interestadual do medicamento Cytotec (Misoprostol), utilizado na prática de abortos clandestinos. A ação foi realizada na segunda-feira (8) em seis estados brasileiros, incluindo o Espírito Santo, e no Distrito Federal.

O medicamento não tem venda legalizada no Brasil e seu uso é restrito para ambiente hospitalar. Ao ser usado como método abortivo clandestinamente, ele expõe mulheres a graves riscos à saúde e à vida.

Segundo as investigações, a organização criminosa vendia o produto pela internet e oferecia orientações através de grupos em aplicativos de mensagem para a realização dos abortos. Mais de 250 mulheres estariam nesses grupos administrados pelos criminosos.

A operação de segunda-feira (8), batizada como Aurora, cumpriu um mandado de busca e apreensão no bairro São Marcos, em Aracruz, no Espírito Santo. Uma jovem de 19 anos foi conduzida para a Delegacia Regional de Aracruz, onde foi ouvida e liberada. Materiais foram apreendidos para apuração.

Polícia Civil do Espírito Santo participou de operação nacional. Foto: Divulgação/PCES

A ação ocorreu de forma simultânea na Paraíba, Goiás, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal. A Operação Aurora foi deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

No total, três pessoas foram presas e drogas e celulares foram apreendidos. As investigações seguem em andamento para identificar a participação de cada investigado e o funcionamento do esquema.

A Polícia Civil também investiga de onde os medicamentos estão sendo desviados para a venda ilegal.

Grupo em aplicativo para compartilhar experiência

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) informou que o grupo foi descoberto após um aborto clandestino realizado por um casal no município de Guaíba, no RS, em abril deste ano. A mulher deu entrada em um hospital com dores muito fortes e expeliu dois fetos.

Em depoimento, ela afirmou que havia ingerido o Cytotec, que comprado por ela pela internet. Junto com os medicamentos, a jovem também teria contratado os serviços de assessoramento técnico no momento do aborto, o que seria feito de modo “online” por “uma doutora”.

Ainda segundo o depoimento, durante o procedimento, a pessoa que a estava orientando passou a demorar para responder, deixando-a sem assistência e com dores. A mulher também contou que o grupo criminoso foi recomendado por uma pessoa.

De acordo com a PCRS, a mulher entrou em contato com o número fornecido e a pessoa contatada revelou trabalhar ajudando mulheres a interromper gestações indesejadas. Nesse momento, apresentou a tabela de preços do medicamento Cytotec, em que também constava o número de comprimidos necessários de acordo com a quantidade de semanas de gravidez.

A gestante foi adicionada em um grupo de conversas por aplicativo denominado “Sinta-se acolhida”, cuja descrição sugeria um espaço para compartilhar sua experiência pós procedimento. Detalhes do momento do aborto e do preparo para o procedimento não deveriam ser publicados.

A partir da investigação, a polícia identificou os administradores do grupo, que residem nos estados da Paraíba, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Segundo as regras do próprio grupo, eles seriam os responsáveis pelas vendas dos medicamentos.

Redação Folha Vitória

Equipe de Jornalismo

Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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