Polícia

Para juiz, PM preso na zona leste de SP por tortura demonstrou 'perversidade'

Para juiz, PM preso na zona leste de SP por tortura demonstrou ‘perversidade’ Para juiz, PM preso na zona leste de SP por tortura demonstrou ‘perversidade’ Para juiz, PM preso na zona leste de SP por tortura demonstrou ‘perversidade’ Para juiz, PM preso na zona leste de SP por tortura demonstrou ‘perversidade’

São Paulo – No despacho que determinou a prisão preventiva do sargento Charles Otaga, acusado de torturar um assaltante, o juiz Claudio Juliano Filho considerou que o PM “demonstrou particular perversidade” ao praticar o crime.

A equipe de Otaga prendeu Afonso de Carvalho Oliveira Trudes, de 23 anos, depois que ele e um comparsa roubaram R$ 60 e um celular em uma loja de sapatos em Itaquera, na zona leste da capital paulista. Segundo as investigações, antes de chegar à delegacia, o suspeito foi agredido com socos, chutes e recebeu “choques elétricos nas partes íntimas”.

O magistrado acrescenta que “a manutenção em cárcere provém da periculosidade do agente, demonstrada concretamente”. Na audiência, a promotora Yoon Jung Kim Panelli foi contra a prisão do policial, pois não haveria provas de que ele teria torturado o assaltante.

Briga

Depois que o delegado Raphael Zanon deu voz de prisão ao sargento Otaga, o 103.º Distrito Policial foi cercado por PMs de outros batalhões que foram defender o sargento. Houve discussão, e agentes da Polícia Civil do Grupo de Operações Especiais (GOE) foram acionados para dar proteção ao delegado.

Dois deputados estaduais, coronel Telhada (PSDB) e delegado Olim (PP), também estiveram na delegacia. Cada um defendeu a posição da sua respectiva corporação. O secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira, 22, que não houve confusão entre as polícias, mas entre os parlamentares que foram até a delegacia.

O deputado Olim negou qualquer confusão com o colega. Mas criticou o secretário. “Houve cenas lamentáveis na porta da delegacia porque, hoje, a polícia não tem comando”, disse. Procurada, a Secretaria da Segurança Pública não comentou as declarações do deputado.