Foto: Divulgação/Polícia Civil
Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil concluiu o inquérito da morte do corretor de imóveis Robson Carmo da Conceição, de 38 anos, e divulgou os detalhes da investigação, que levou três pessoas para a cadeia, assim como um adolescente. O assassinato aconteceu no dia 5 de setembro, na Serra.

As apurações revelaram que o suspeito de ser o idealizador do crime, o pedreiro Diondreson do Nascimento Santos, o Bidu, de 36 anos, criou um perfil fake feminino em uma rede social para atrair a vítima para a morte.

A motivação do crime foi vingança. Segundo a polícia, Robson vendeu para Bidu um terreno que já tinha dono, e o suspeito acabou sendo despejado do imóvel.

A foto no perfil criado era da ex-namorada de Bidu, identificada como Joicilangela Jesus de Oliveira, 37, que também foi presa por participação no crime. Bidu confessou à polícia que criou o perfil com a ideia de atrair Robson.

Robson Carmo da Conceição, de 38 anos, foi assassinado por vingança. (Foto: Reprodução TV Vitória)

Um dia antes do crime, Bidu entrou em contato com o corretor usando o perfil fake e ofereceu uma casa para venda em Vila Nova de Colares, também na Serra. Robson se interessou imediatamente, e o encontro foi marcado para o dia seguinte.

Segundo o delegado responsável pela investigação, Paulo Ricardo Gomes, adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, no desenrolar do combinado Joicilangela assumiu a conversa e passou a se comunicar com Robson por meio de áudios e mensagens de texto.

A emboscada foi armada, e a mulher marcou um encontro com a vítima, às 17 horas do dia 5 de setembro. Duas horas antes, Bidu buscou de carro as três pessoas que iriam ajudá-lo a cometer o crime: a ex-namorada, um adolescente que seria ex-enteado de Bidu e Maxsuelder Rodrigues de Oliveira, 20 anos.

Vídeo mostra mulher entrando no carro da vítima

Robson buscou Joicilangela em frente a uma escola em Vila Nova de Colares. Imagens de câmeras de segurança conseguidas pela polícia mostram o momento em que a mulher entra no veículo da vítima e os dois saem do local.

Veja as imagens:

A mulher conduziu Robson até a casa de Bidu e, no caminho, o corretor de imóveis percebeu que havia algo errado e mandou uma mensagem para a irmã.

“O que eles não esperavam é que o Robson, quando percebe que o local para onde ele está indo é a casa do Diondreson, ele manda uma mensagem para um familiar e fala o seguinte: ‘Se eu não responder você em 20 minutos, chama a polícia e vem para essa localização, porque tem algo errado'”, relembrou o delegado.

Segundo a polícia, a participação da mulher termina aí. “Ela só atrai a vítima para a emboscada e sai”, completou o delegado.

Dentro da casa, ainda de acordo com o delegado, os dois homens e o adolescente começaram a ameaçar a vítima com simulacros de armas e tentam amarrá-lo numa cadeira.

Sob ameaça, corretor de imóveis gritou pela irmã

Foi nesse momento que a irmã da vítima aparece na frente da residência e começa a gritar o nome do irmão. Como Robson havia solicitado, ela tentou falar com o corretor de imóvel e, quando não conseguiu, foi até a localização enviada por ele.

Mesmo sob ameaça, Robson gritou pela irmã e pediu que ela chamasse a polícia. Mesmo assim, os acusados seguem com o plano de assassinar Robson. Como o corretor resistia a ser amarrado na cadeira, bateram a cabeça dele na parede até desacordá-lo e o asfixiam até a morte.

PM entrou na casa logo após o crime

Bidu tentou dissimular a situação e até atendeu a irmã de Robson no portão, mas alegou que ele não estava lá. Minutos depois, a Polícia Militar chegou ao endereço e Bidu permite a entrada dos policiais, mas o corretor já estava morto e o corpo havia sido jogado atrás do muro, em outro quintal, e os vestígios haviam sido escondidos.

Sem encontrar o irmão, a irmã da vítima foi até uma delegacia e registrou uma ocorrência. Enquanto isso, Bidu pegou o corpo, colocou no carro e, novamente com a ajuda do adolescente, jogou Robson em uma lagoa em Manguinhos.

Inconformados, os parentes de Robson voltaram à casa e viram vestígios de sangue no muro da residência. Eles acionaram a polícia novamente, que voltou ao local.

Bidu, mais uma vez, permitiu a entrada dos policiais no imóvel, mas desta vez, os militares encontram as provas: as roupas sujas de sangue e os panos utilizados para limpar o sangue estavam dentro de uma máquina de lavar. Bidu acabou confessando e foi preso em flagrante.

“Depois, durante as investigações, a gente chamou o suspeito na delegacia novamente e passou a compreender os detalhes dos fatos, haja vista que era difícil fazer tudo isso sozinho, como ele havia dito anteriormente. Então, a gente conseguiu encontrar os outros participantes e prendê-los e responsabilizá-los”, finalizou o delegado.

“O Diondreson responde por homicídio qualificado, pela crueldade, também pela torpeza e dissimulação, corrupção de menores, porque fez o menor participar do crime, e ocultação de cadáver. Já Maxsuelder e a Joicilangela respondem por homicídio qualificado pelas mesmas qualificadoras, e o menor vai responder por ato infracional análogo ao homicídio qualificado, e também por ocultação de cadáver”, esclareceu o delegado.

*Com informações da TV Vitória/Record.

Patricia Maciel

Repórter

Jornalista formada em 2011, com experiência nas principais empresas de comunicação do Espírito Santo. Também atuou como assessora de comunicação e social media.

Jornalista formada em 2011, com experiência nas principais empresas de comunicação do Espírito Santo. Também atuou como assessora de comunicação e social media.