Uma operação da Polícia Civil juntamente com o Procon-ES, realizada na última semana em Vitória, interditou uma empresa suspeita de esquema de golpes em financiamentos de mais de 60 consumidores.
Segundo a Polícia Civil, a empresa é a Ômega Investimentos. A ação foi conduzida para combater propaganda enganosa e golpes de financiamentos, após reclamações de consumidores.
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As investigações apontaram que os golpistas induziam os consumidores ao erro. As vítimas eram convencidas e realizavam o pagamento de um valor como entrada para a aquisição de um bem, normalmente um carro ou uma moto. Porém, o veículo não era entregue.
Era uma mistura de consórcio com pirâmide. Eles pegavam dinheiro de um, dois, quatro, cinco, dez clientes para poder comprar o imóvel de um, de acordo com eles. A gente não constatou entrega de bem nenhum. Se eles se baseiam no recebimento para poder pagar as pessoas, no final das contas, quem fosse entrando por último acabava não tendo como receber esse bem.”
Eduardo Passamani, delegado
Cerca de 60 pessoas foram vítimas do golpe, totalizando um prejuízo de aproximadamente R$ 150 mil. Segundo o delegado, o dono e o gerente da Ômega Investimentos já tinham cometido esse tipo de golpe anteriormente, quando a empresa funcionava com o nome Santa Clara.
Uma mulher foi vítima em dezembro de 2023. O sonho dela era comprar um carro, mas o pesadelo veio quando ela e a avó foram agredidas ao questionarem o falso consórcio.
Eu paguei e eles disseram que eu tinha até 72 horas para o veículo ser entregue na minha residência. Só que eu recebi uma ligação de um rapaz, que o meu número estava no contrato dele, e ele falou: ‘Minha amiga, a gente caiu em um golpe’. Quando eu cheguei lá, o tratamento já foi outro: me ameaçaram e usaram arma de choque contra mim para me tirar a força de lá.”
Vítima
Na época, três funcionários da Santa Clara foram presos em flagrante, inclusive o gerente. Ele respondia ao processo judicial junto ao dono da empresa. Nessa operação, eles foram presos de forma preventiva.
Os suspeitos não tiveram os nomes revelados, por isso a equipe da TV Vitória não conseguiu contato com a defesa.
“Na época, nós fizemos a detenção em um primeiro momento. A Justiça optou por deixar respondendo em liberdade com algumas condicionantes. Quando nós identificamos que eles não cumpriam as condicionantes, solicitamos a revogação dessa liberdade para que eles respondam ao procedimento presos”, disse o delegado.
As equipes apreenderam documentos. Entre eles, havia um “manual do cliente explosivo”, com orientações para lidar com as vítimas que questionassem a empresa.
“Toda uma técnica para ludibriar o cliente, para fazer de conta que ele receberia o produto, escondendo dele uma série de informações importantes, que inclusive eram prejudiciais. Também uma prática coercitiva, agressiva e violenta para fazer a venda sem que o cliente receba o produto”, afirmou o diretor de Fiscalização do Procon-ES, Fabrício Pancotto.
Os envolvidos podem responder por crime contra a relação de consumo e a empresa pode ser multada. As vítimas são orientadas a registrar um boletim de ocorrência. A dica para não cair nesses golpes é sempre desconfiar de preços baixos.
*Com informações da repórter Gabriela Valdetaro, da TV Vitória/Record
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