
Quatro policiais militares vão responder pela morte do jovem Danilo Lipaus Matos, de 20 anos, atingido por mais de 30 disparos durante uma abordagem no bairro Aeroporto, em Colatina. O caso foi registrado no mês de fevereiro de 2025.
Segundo informações repassadas pela Polícia Civil nesta segunda-feira (5), quatro PMs vão responder pelo crime: dois foram indiciados por tentativa de homicídio e outros dois por homicídio culposo na Justiça Militar, como crime militar.
As investigações mostraram que a região estava com o policiamento reforçado, pois naquela data, os militares estavam atrás de uma caminhonete branca com suspeitos que participaram de um assalto em Águia Branca.
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Durante a perseguição, o veículo foi deixado na região do bairro de São Braz. Nessa mesma região, Danilo deixou uma distribuidora de bebidas com os amigos em uma caminhonete.
O veículo foi abordado inicialmente pela irregularidade do transporte de passageiros, ao levar passageiros na carroceria. Danilo parou o veículo, esperou os ocupantes descerem e logo depois arrancou com a caminhonete.
Segundo o delegado responsável pela investigação, Tarik Souki, os policiais podem ter presumido que os criminosos em fuga estavam nesta caminhonete.
Os policiais militares não foram atrás do veículo, vão atrás desses jovens, não encontram nada de ilícito e falam no rádio: Fiat Strada com dois ocupantes dentro acaba de se evadir de uma abordagem. Nesse momento, as viaturas escutam no rádio e associam duas ocorrências e acreditaram que os crimes estavam relacionados.
Outras tentativas de abordagem foram realizadas
Ainda de acordo com as investigações, uma nova tentativa de abordagem foi realizada. Nela, Danilo manobrou o veículo e seguiu em outra direção, mesmo com os gritos para parar a caminhonete.
Durante a abordagem seguinte, os policiais atiraram contra a picape dirigida por Danilo. Outra equipe que estava nas proximidades do local ouviu os disparos e acreditou que houve uma troca de tiros. “Equivocadamente supuseram ser uma troca de tiros”.
Na última ação, no momento que o carro da vítima se aproxima, são disparados mais de 30 tiros, sendo que cinco atingiram a vítima.
Veja o momento da última abordagem:
A Polícia Civil concluiu que os últimos policiais que atiraram “agiram com excesso”, mas sugeriu que eles sejam julgados na Justiça Militar. Já os primeiros policiais foram indiciados por tentativa de homicídio e devem ser julgados na Justiça comum.
“Aprendemos com os nossos erros”, diz delegado-geral
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, disse que o delegado responsável pelo caso buscou todas as imagens e áudios disponíveis para ajudar a solucionar o crime.
“O delegado se esmerou em buscar todas as imagens, todos os áudios, para poder entender essa dinâmica e chegar a uma decisão”.
Ainda de acordo com Arruda, o erro cometido na ação serve como lição:
“Nós aprendemos com os nossos erros, nós estudamos os nossos erros. A Polícia Civil possui essa abordagem, depois da operação estudamos os nossos erros e acredito que isso vai servir para reflexão e eventos críticos dessa maneira”.
*Com informações do repórter Gabriel Cavalini, da TV Vitória/Record